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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A Justiça do Rio aceitou denúncia do Ministério Público e tornou réu o lutador de jiu-jitsu Vinícius Batista Serra, que confessou ter agredido a paisagista Elaine Perez Caparroz, 55, espancada em 16 de fevereiro.
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Vinícius Batista Serra, 24, é acusado de passar quatro horas batendo na mulher, que relatou que as agressões começaram quando ela estava dormindo.
Vinícius e Elaine se conheceram na internet e, depois de oito meses de conversas nas redes, marcaram um encontro, que terminou na casa dela.
A vítima alegou que suspeita que tenha sido dopada antes de ser agredida. Vizinhos teriam chamado a polícia depois de perceberem algo de errado no apartamento da paisagista, na Barra da Tijuca, zona oeste.
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Imagens do imóvel no dia seguinte à agressão mostram paredes e chão cobertos de sangue. Ela sofreu fraturas nos ossos da face e perdeu um dente.
A polícia chegou a tempo de prender o agressor que, na delegacia, alegou estar em surto psicótico no momento do espancamento.
O lutador foi levado para um presídio e, no dia seguinte, para um hospital psiquiátrico penitenciário para avaliação de sua sanidade mental, onde permanece até esta quarta-feira (27).
Vinícius foi indiciado por tentativa de feminicídio, que é o como se caracteriza o homicídio praticado contra mulheres devido a sua condição de gênero.
Além da questão da sanidade mental do acusado, a polícia investiga possível premeditação, já que Vinícius deu um nome diferente do seu ao se registrar na portaria de entrada do prédio. A polícia investiga também se ele já pensava em cometer o crime quando adicionou a paisagista nas redes sociais, no ano passado.
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Na terça-feira (26), o juiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira, da 3ª Vara Criminal do Rio, aceitou denúncia do Ministério Público. O lutador irá responder por tentativa de homicídio.
"Verifico pelas detalhadas declarações da vítima sobrevivente que o denunciado não poupou esforços para impingir-lhe demorada sessão de espancamento", disse o magistrado.
O juiz também determinou que a vítima seja encaminhada a um projeto do Tribunal de Justiça para proteção de mulheres vítimas de violência doméstica. A iniciativa, chamada de Projeto Laranja/Violeta, permite acelerar a tramitação de medidas protetivas de urgência.
A reportagem ainda não conseguiu contato com a defesa do réu.