'Ser um cara justo é problema no futebol', diz Rodrigo Caio

A fama de "bonzinho" o persegue e faz com que seja desdenhado por rivais, mas ele garante não se incomodar

© Alexandre Vidal / Flamengo

Esporte Zagueiro 28/02/19 POR Estadao Conteudo

Rodrigo Caio chegou ao São Paulo com 13 anos. Subiu para o profissional, virou titular, mas a falta de títulos e algumas falhas o levaram a passar de referência a descartável no clube, para torcida e dirigentes. Assim, foi parar no Flamengo, onde espera escrever nova história.

PUB

A fama de "bonzinho" o persegue e faz com que seja desdenhado por rivais, mas ele garante não se incomodar. Ao Estado, o beque mostra personalidade, admite o preconceito por sua origem nada humilde e pela polêmica com Jô. Também conta os motivos de não ter ido para a Espanha e revela mágoa com o São Paulo.

Após 12 anos no mesmo clube, como é recomeçar?

A adaptação tem sido boa e o grupo me recebeu bem, o que facilitou. Fiquei 12 anos no São Paulo e o desafio da mudança era algo grande. Por enquanto, posso dizer que estou me sentindo em casa no Flamengo.

Qual é a principal diferença entre os clubes?

A torcida do Fla é fanática e uma coisa gigantesca, nação mesmo. É sempre casa cheia.

Concorda que Palmeiras e Flamengo largam na frente pela força de seus elencos?

São dois clubes com elencos fortes, realmente, mas não são os únicos. Cruzeiro e São Paulo se reforçaram também. O Inter merece atenção e o Grêmio tem um entrosamento bom. Acredito que são equipes que podem brigar por algo e não deixam que Palmeiras e Flamengo sejam tão superiores.

Quase dois anos após a polêmica com Jô (Rodrigo avisou ao árbitro que Jô não cometeu uma falta que resultaria em amarelo para o atacante, durante clássico entre Corinthians e São Paulo), você ficou marcado como um "jogador bonzinho" e ingênuo. Você se arrepende?

Não me arrependo e me orgulho, mas respeito quem não faça o que fiz. Tentaram rotular que o Rodrigo é bonzinho. Não dou bola. O futebol que a gente vive é complicado. O zagueiro tem de ser duro e muitas vezes dar pancada para ter respeito. Procuro ser justo dentro de campo e isso me faz ser marcado, pois é apontado como algo negativo. Muita pessoas tentaram inverter e me colocar como errado, já que o importante é ganhar, não importa como.

Em 2016, um dirigente do São Paulo te chamou de "jogador de condomínio", torcedores o ironizam até hoje, falam que você é mimado. Você acha que existe preconceito por não ter vindo de uma família pobre?

As pessoas que me conhecem desde novinho sabem que não sou nada disso. Muita gente olha para a minha cara, vê que tenho um estilo um pouco diferente no futebol e já faz uma imagem de que minha vida é fácil. Mas passei por dificuldades. Eu abri mão de muita coisa, meus amigos e família sabem. Aprendi a respeitar, pois tudo isso me deixa mais forte.

Você era infeliz no São Paulo?

Eu tive uma lesão que me tirou a chance de brigar por uma vaga para a Copa do Mundo e depois teve tudo aquilo que já foi noticiado (desavenças com Diego Aguirre). Já foi e agora quero escrever outra história.

Você quase foi para a Europa várias vezes. É verdade que foi reprovado nos exames médicos de Valencia e Atlético de Madrid?

No caso do Valencia, decidi não ir para lá. Durante a negociação, aconteceram coisas que não foram do meu agrado e achei que era melhor desfazer o negócio. Essa questão de se reprovado nos exames médicos te garanto que é mentira. No Atlético foi uma questão financeira, não entramos em acordo. Só no Barcelona que realmente fiquei perto de sair. Acertamos tudo, mas na hora de assinar, o Barça preferiu o Murillo (zagueiro colombiano), que já jogava na Europa (Valencia) e estava mais adaptado.

O que dizer da tragédia no CT do Flamengo?

Nenhuma palavra pode descrever o nosso sentimento em relação à tragédia. São vidas e sonhos que se foram. Uma grande tristeza para todos nós, mais ainda para os familiares.

Jogador fala de política?

A gente conversa um pouco sim, mas política é igual religião, melhor não discutir para evitar briga. Eu espero um Brasil diferente. A gente vê tantas coisas erradas acontecendo e pouca coisa muda.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Luto Há 19 Horas

Morre o cantor Agnaldo Rayol, aos 86 anos

esporte Peru Há 22 Horas

Tragédia no Peru: relâmpago mata jogador e fere quatro durante jogo

mundo Loteria Há 22 Horas

Homem fica milionário depois de se esquecer do almoço em casa: "Surpreso"

fama Televisão Há 20 Horas

'Pensava que ia me aposentar lá', diz Cléber Machado sobre demissão da Globo

politica Tensão Há 22 Horas

Marçal manda Bolsonaro 'cuidar da vida' e diz que o 'pau vai quebrar' se críticas continuarem

lifestyle Alívio Há 22 Horas

Três chás que evitam gases e melhoram a digestão

fama Luto Há 22 Horas

Morre o lendário produtor musical Quincy Jones, aos 91 anos

fama Saúde Há 21 Horas

James van der Beek, de 'Dawson's Creek', afirma estar com câncer colorretal

tech WhatsApp Há 22 Horas

WhatsApp recebe novidade que vai mudar forma como usa o aplicativo

mundo Catástrofe Há 21 Horas

Sobe para 10 o número de mortos após erupção de vulcão na Indonésia