© Reuters / Jonathan Ernst
(ANSA) - Ex-advogado pessoal de Donald Trump, Michael Cohen fez uma série de declarações polêmicas nesta quarta-feira (27) contra o presidente dos Estados Unidos, chamando-o "racista, vigarista e trapaceiro", além de apontar episódios em que o milionário republicano teria pedido para que ele mentisse. Cohen prestou depoimento à Câmara dos Representantes, um dia após passar mais de 9 horas dando esclarecimentos ao Senado. O advogado, que representou Trump entre os anos de 2007 e 2017, foi condenado a três anos de prisão por evasão fiscal, falso testemunho ao Congresso e violação da lei eleitoral. No entanto, ele fez um acordo de delação premiada e tem colaborado com a Justiça.
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As falas de Cohen fizeram Washington parar nesta quarta-feira. De acordo com ele, que foi expulso da Ordem dos Advogados de Nova York, Trump sabia que, durante a campanha eleitoral à Presidência, colegas estariam negociando com o WikiLeaks o vazamento de e-mails que prejudicariam a adversária Hillary Clinton. Cohen também disse que Trump mentiu ao negar que não participou das negociações para a construção de um hotel em Moscou - o advogado alega que ele cuidou pessoalmente do projeto -. Cohen contou ainda que o republicano teria pedido para ele mentir para a primeira-dama, Melania Trump. Aos parlamentares, ele apresentou recebidos dos reembolsos dos US$ 130 mil que recebeu para comprar o silêncio da atriz pornô Stormy Daniels, com quem o presidente teria mantido relações. "Mentir para a primeira-dama é uma das coisas das quais mais me arrependo, porque ela é uma boa pessoa", disse o ex-advogado.
Cohen também contou que Trump teria se aproveitado de uma desculpa médica falsa para evitar ser enviado à Guerra do Vietnã, em 1968. Por sua vez, o presidente dos EUA, que está em Hanói, no Vietnã, neste momento para uma reunião com o líder norte-coreano, Kim Jong-um, criticou Cohen. Trump disse que o ex-advogado estaria "mentindo" para obter uma redução de sua pena.