Alimentos e combustíveis devem avançar e puxar IPC-S de março para cima

Dentro de alimentação, porém, alguns itens podem dar algum alívio, como frutas (2,81% para 2,29%) e laticínios

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Economia fgv 01/03/19 POR Estadao Conteudo

O Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) deve acelerar em março ante fevereiro, segundo o coordenador do índice no Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), Paulo Picchetti. Segundo o economista, os mesmos itens que provocaram o avanço de 0,29% para 0,35% entre a terceira quadrissemana e a última leitura de fevereiro, devem levar o indicador para 0,45% no fim de março. Em janeiro, o índice fora de 0,57%.

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O IPC-S de fevereiro superou as expectativas da pesquisa do Projeções Broadcast, que ia de 0,21% a 0,34%, com mediana de 0,27%. O dado também ficou acima também da previsão de Picchetti, que era de 0,20%.

O principal condutor da aceleração no fim de fevereiro foi o grupo hortaliças e legumes, que subiu de 0,93% para 5,93% da terceira para quarta quadrissemana do mês, contribuindo com 0,06 ponto porcentual no índice. Alimentação, por sua vez, passou de 0,71% para 0,94%.

Dentro de hortaliças e legumes, o economista cita o comportamento de tomate (-21,02% para -10,60%) e batata inglesa (19,67% para 27,96%). Na ponta (pesquisas mais recentes), os itens já indicam alta de 16% e de cerca de 30%, respectivamente, o que demonstra que devem continuar elevando o IPC-S em março.

Há ainda o comportamento de feijão, que encarece devido à quebra de safra. O feijão carioca passou de alta de 31,54% para 37,86% e mantém uma alta similar na ponta, de 38%.

Segundo Picchetti, os combustíveis também devem pressionar o IPC-S para cima em março. No fim de fevereiro, o subgrupo já registrou recuo menos intenso, de -2,35% para -1,31%, o que deu contribuição de alta de 0,05 ponto no IPC-S de fevereiro.

No período, o etanol acelerou de queda de 2,33% para declínio de 1,61%, enquanto gasolina cedeu 1,71%, depois de recuo de 2,85%. Na ponta, o etanol já indica avanço de quase 1%, já o combustível derivado do petróleo mostra elevação de 0,04%.

Dentro de alimentação, porém, alguns itens podem dar algum alívio, como frutas (2,81% para 2,29%) e laticínios, mas sem impedir a aceleração do índice, explica Picchetti. O leite longa vida arrefeceu da terceira para a quarta quadrissemana de fevereiro, de 2,82% para 1,23%, e indica na ponta variação negativa de 0,70%.

Já o item cursos formais (1,28% para 0,00%), que contribuiu com alívio de 0,04 ponto na variação do IPC-S entre a terceira e a última medição do mês, não deve nem atrapalhar nem ajudar o índice em março, uma vez que a reversão do aumento típico de janeiro já aconteceu em fevereiro, completa Picchetti.

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