© Agência Senado
Depois que o presidente Jair Bolsonaro compartilhou, em suas redes sociais, vídeo obsceno e escatológico registrado durante o carnaval, "choveram" críticas dentro e fora do país.
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Integrantes da cúpula do Planalto avaliam, de acordo com informações da coluna Painel, da Folha de S. Paulo, que o presidente está minando a própria credibilidade ao adotar posturas polêmicas e que levam a um desgaste cada vez maior da sua imagem.
Aliados concordam e, embora tenham dito que Bolsonaro reconheceu o equívoco, torcem para que o episódio reforce o cuidado com o manejo das redes sociais.
Desta última vez, deputados e senadores chegaram a questionar se a postagem teria mesmo sido escrita pelo presidente. Houve até quem cogitasse a "mão" do filho Carlos Bolsonaro. Ao que tudo indica, no entanto, o vereador estava bem longe do pai, em Florianópolis (SC).
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Ouvidos pela coluna, dois ex-secretários de Comunicação da Presidência acreditam que Bolsonaro ainda não desceu do palanque, e alertam para o risco de ele manter a estratégia eleitoral quando já ocupa o mais alto cargo do país.
“Na campanha, certos embates são permitidos, mas agora é diferente. Por mais que seja uma tática para manter inflado o grupo que o apoia, ele entrou numa seara complicada, a do debate abaixo da linha da cintura. E este é um cargo que se exerce sabendo que todos os dias você está fazendo história”, diz Márcio Freitas, que atuou na gestão de Michel Temer.
Já Thomas Traumann, que integrou o governo de Dilma Rousseff, Bolsonaro quer a base em “estado de campanha permanente”. “Mas o momento não é o melhor. Há a reforma da Previdência, e esse discurso só reforça antipatias. Não há comunicação de governo. Há a do presidente.”