© Paulo Whitaker/Reuters
A recuperação do caixa está custando à Petrobras a sua produção de petróleo e gás, que, em 2018, despencou ao nível de quatro anos atrás, quando a Operação Lava Jato revelou um esquema de corrupção na empresa. Para reduzir a dívida, a petroleira vendeu campos produtores e cortou investimento. Hoje, gasta com exploração e produção menos que há uma década. Como consequência, a extração de petróleo e a conversão da matéria-prima em combustíveis encolheram. Para compensar, a estatal ampliou a importação.
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"A queda da produção é um alerta. Com os recursos que tem no pré-sal, a Petrobras deveria estar crescendo como as grandes petroleiras. A redução da dívida deve ser feita a qualquer custo?", avalia o especialista em petróleo e gás, professor do Grupo de Economia da Energia da UFRJ, Edmar Almeida.
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Em 2018, a Petrobras produziu 2,62 milhões de barris de óleo equivalente por dia, incluindo petróleo e gás natural - pior desempenho desde 2014. Essa trajetória de queda começou há dois anos, um após o início do processo de recuperação financeira. O professor da UFRJ lembrou que a maior parte dos ativos que Petrobras vendeu desde então foram campos de petróleo, porque tem encontrado resistência na Justiça para se desfazer de outros bens.
Procurada, a empresa não informou o motivo da queda da produção. Mas, no resultado financeiro, sinalizou três justificativas: a venda de participações nos campos de Lapa e Roncador, a conclusão de testes de produção em outras duas áreas (Itapu e Tartaruga Verde) e o "declínio natural da produção", que significa que não está conseguindo repor perdas com campos maduros que entraram na fase de esgotamento, principalmente na Bacia de Campos.
Ao todo, a Petrobras se desfez de R$ 20 bilhões em ativos em 2018. Os destaques foram acordos de repasse de campos para a francesa Total, a norueguesa Equinor e a norte-americana Murphy. O dinheiro arrecadado foi direcionado, sobretudo, ao pagamento de dívidas. Assim, a estatal conseguiu atingir a meta financeira e obteve lucro de R$ 25,8 bilhões, sustentado pela alta do petróleo e pela valorização do dólar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.