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Segundo a revista Harvard Business Review, o número de mulheres que viajam sozinhas aumentou em mais de 230% na última década e, de acordo com o relatório do World Travel Market, oito de cada dez mulheres latino-americanas estão dispostas a viajar sozinha nos próximos anos. O que a indústria está fazendo para conquistar esse importante nicho do mercado?
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+ Cinco razões pelas quais as mulheres traem
A agência de viagens Ampersand começou a buscar os melhores destinos de acordo com sua taxa de criminalidade, taxa de disparidade de gênero, patrimônio cultural imaterial da UNESCO, número de hashtags por país no Instagram e até mesmo o índice de doação mundial de pontuação de voluntariado. Com essa informação, o Wander Women Index foi lançado no final do ano passado.
O Wander Women Index é um guia mundial dos melhores destinos para as mulheres que desejam viajar sozinhas. O primeiro lugar da lista foi ocupado pelo Japão, por ser um país com baixo índice de criminalidade e forte oferta cultural e de aventura graças à sua geografia. Os países latino-americanos também fizeram parte da lista, com o México (15), a Colômbia (22), a Argentina (26) e a Costa Rica (31) mostrando que a região é um ponto de referência turística.
Segundo a Migración Colombia, entre janeiro e outubro de 2018 as mulheres representaram 44% dos visitantes ao país e 52,6% do total de viajantes internacionais no mesmo período de tempo. É possível ver na Colômbia o auge dos planos “Solo-Female Travel”, em que as agências estão criando planos turísticos especiais a preços baixos para os Estados Unidos, Europa, México, Cartagena e Medellín.
No México, essa tendência também se destaca de forma importante. No ano passado, como parte do Dia Internacional da Mulher, a agência de viagens Mundo Joven informou que 71% dos turistas que atendem são mulheres. Além disso, existem no país importantes estratégias governamentais para promover as viagens dentro do território nacional, devido à sua riqueza e diversidade de destinos.
Por sua vez, na Argentina, de acordo com uma pesquisa realizada pela Eventbrite, metade das mulheres opta por viajar com amigos ou sozinhas. Embora as promoções tenham grande influência quando decidem sobre um destino, 56% preferem a praia. A necessidade de viajarem sozinhas é uma tendência entre as mulheres que agora começa a ser vista com maior frequência nas ofertas de algumas agências de turismo, mas que Andy Clar, a influenciadora argentina que criou a marca “Chicas en New York”, detectou há alguns anos, tendo hoje mais de 200.000 seguidores no Instagram que estão procurando por essa nova maneira de viajar sós.
"Como conhecedora do setor, mas também como mulher, considero que é fundamental não estereotiparmos a hora de viajar e de gerar alternativas para o tipo de viagem que desejamos, seja de descanso, de aventura, de compras, de cultura, de estudo, de reflexão ou de negócios. Mas, além disso, a indústria deve aprender a usar a tecnologia para facilitar as viagens às mulheres, apoiando-nos na busca de destinos, apresentando soluções criativas para melhores experiências de viagem e para nos sentirmos mais seguras no lugar ao qual viajamos. Perder o medo de viajar sem companhia é fundamental, e já estamos muito avançadas nesse ponto. Porém, mais importante que isso é entender que, quando a tecnologia está conosco, estamos sempre conectadas e comunicadas. Porque ela é a melhor aliada na hora de viajar", diz a especialista em viagens, Ana Paola Duron.