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ANGELA BOLDRINI - BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A bancada do PSOL na Câmara cobrou nesta terça-feira (12) que as investigações do assassinato de Marielle Franco (RJ) continuem. O partido comemorou a prisão de dois suspeitos de participarem da morte da vereadora, mas disse que é importante saber o mandante do crime.
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"Não adianta para nós saber apenas quem apertou o gatilho", afirmou Talíria Petrone (RJ) a jornalistas na Câmara.
Os deputados também anunciaram que protocolarão um requerimento para a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o funcionamento das milícias no Rio de Janeiro.
Segundo Marcelo Freixo (RJ), a sigla finalizou o pedido e começará a coletar assinaturas para a instalação do colegiado -é necessário o apoio de ao menos 171 deputados.
Para os deputados, o crime contra a vereadora do PSOL, assassinada em 14 de março de 2018 quando saía de um evento na Lapa, no centro da capital fluminense, foi cometido com interesses políticos.
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"É muito importante para o país saber quem mandou matar Marielle, qual o objetivo político. Este é um crime contra a democracia. Há um grupo político no Rio de Janeiro capaz de matar como forma de fazer política e isso é inaceitável", afirmou o deputado.
Questionado sobre o fato de um dos suspeitos, Ronnie Lessa, morar no mesmo condomínio que o presidente Jair Bolsonaro, o parlamentar disse que não faria ilações, mas criticou a postura do então deputado no caso.
"Nós não vamos fazer nenhuma ilação com o presidente porque nós temos responsabilidade", afirmou. "Lamento que eles não tenham lamentado a morte dela, como nós fizemos no caso do atentado contra o Bolsonaro. É preciso ter o mínimo de responsabilidade política para exercer certos cargos."
À época da morte de Marielle, Bolsonaro, que era pré-candidato à presidência, informou por meio de sua assessoria que não falaria sobre o caso "porque sua opinião seria polêmica demais".