© David Ryder/Reuters
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Agência de Segurança de Aviação da União Europeia (Easa) proibiu todas as operações com aviões Boeing 737 MAX 8 e 9 a partir das 19h (16h em Brasília) desta terça (12).
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"Serão suspensos todos os voos comerciais operados que com partida ou destino na União Europeia dos modelos mencionados", disse o órgão, em nota. A EASA reúne 32 países do continente, incluindo Alemanha, Espanha, França, Portugal, Reino Unido, Noruega, Suécia, Suíça e Finlândia.
Nesta terça, mais de dez países haviam decidido proibir o modelo em seu espaço aéreo, como Malásia, Austrália, Cingapura e Omã. Na segunda (11), China e Indonésia determinaram às empresas que operam em seus países que deixem de utilizá-lo.
No Brasil, pousos, decolagens e sobrevoos do 737 MAX seguem liberados. A Gol, única empresa nacional que possui unidades do modelo, anunciou na noite de segunda que deixará de utilizá-lo temporariamente.
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O modelo esteve envolvido em dois acidentes nos últimos cinco meses. O último deles, no domingo (10), matou 157 pessoas na Etiópia. Outro, em outubro, deixou 189 mortos na Indonésia.
Ao menos 25 companhias aéreas decidiram parar de voar com o 737 MAX, segundo levantamento do jornal The New York Times. Após o acidente de domingo, passageiros publicaram questionamentos em redes sociais sobre a segurança da aeronave.
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De acordo com a revista técnica Flightglobal, cerca de 40% dos 737 MAX em operação no mundo foram retirados de circulação pelos bloqueios temporários.
A autoridade de aviação dos EUA (FAA) emitiu na segunda (11) uma notificação que autoriza as operadoras a seguir com o uso do 737 MAX.
"Sem mudanças. Seguimos participando da investigação do acidente e decidiremos os passos a dar em função dos elementos que encontrarmos", disse um porta-voz da FAA à AFP. Com isso, empresas como American Airlines e Southwest mantém as unidades deste avião em sua frota.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça (12) que os aviões se tornaram "complexos demais para voar".
"Os pilotos não são mais necessários, e sim cientistas da computação do MIT", acrescentou ironicamente, referindo-se ao prestigiado Instituto de Tecnologia de Massachusetts.
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A Boeing, cuja sede fica em Chicago, nos Estados Unidos, reafirmou sua "total confiança" na segurança do 737 MAX.
"Entendemos que agências regulatórias e clientes tomaram decisões que eles consideram as mais apropriadas", disse a empresa em nota. A Boeing acrescentou que a FAA "não determinou nenhuma ação adicional neste momento e, com base nas informações disponíveis atualmente, não temos novas orientações para emitir aos operadores".
A fabricante está trabalhando com a FAA desde o acidente na Indonésia, em outubro, para melhorar o software de controle que ajuda a manter o avião no ar. A atualização deve ser entregue nas próximas semanas.
O comitê nacional de segurança nos transportes da Indonésia avaliou que o voo da Lion Air recebeu uma "entrada (de informação) errônea" de um de seus sensores projetados para alertar os pilotos se a aeronave corre risco de entrar em situação de estol -quando o avião alcança tal ângulo de inclinação que perde sustentação. A investigação do comitê ainda não chegou a uma conclusão final sobre a causa do desastre.
O sensor e o software ligado a ele funcionam de uma maneira diferente de modelos anteriores do 737, mas os pilotos não foram alertados da diferença.
"Especular sobre a causa do acidente e discuti-lo sem saber todos os fatos importantes não é apropriado e pode comprometer a integridade da investigação", escreveu Dennis Muilenburg, CEO da Boeing, em um comunicado aos funcionários, obtido pela agência AFP.
O MAX é a quarta geração do Boeing 737, que foi lançado em 1967 e se tornou o avião comercial mais vendido do mundo.
O modelo é oferecido em quatro tamanhos, 7, 8, 9 e 10, sendo que o 8 teve maior procura. Desde o lançamento, em 2017, foram encomendadas mais de 5.000 unidades do 737 MAX, de acordo com a agência Bloomberg.
Uma aeronave 737 MAX 8 custa em média US$ 121,6 milhões (R$ 467,9 milhões), segundo a Boeing. Esta foi a versão envolvida nos dois acidentes.
Na comparação com as versões anteriores, o MAX tem motores maiores, automação de mais itens e capacidade de voar distâncias maiores (até 6.570 km).
A avião também consome menos combustível: segundo a Boeing, e gasta 13% menos na comparação com outras aeronaves atuais de porte similar, com apenas um corredor interno. A empresa também diz que a aeronave é 40% mais silenciosa.
Algumas das empresas que pararam de usar o 737 MAX
Gol (Brasil)
Aerolíneas Argentinas
Aeromexico
Air China
TUI (Alemanha)
Eastar Jet (Coreia do Sul)
Norwegian Air (Noruega)
Royal Air Maroc (Marrocos)
Algumas companhias que seguem usando o 737 MAX
American Airlines
Air Canada
Turkish Airlines
Icelandair
Southwest. Com informações da Folhapress.