Vélez demite número 2 do MEC em meio a disputa interna

Demissão de Luiz Antônio Tozi havia sido pedida nas redes sociais por Olavo de Carvalho

© Marcello Casal jr/Agência Brasil 

Política educação 12/03/19 POR Folhapress

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, anunciou nesta terça (12) a demissão do secretário-executivo da pasta, Luiz Antônio Tozi. O anúncio ocorre em meio a uma crise envolvendo mudanças no ministério e de uma queda de braço com o escritor Olavo de Carvalho, que indicou seu nome ao presidente Jair Bolsonaro (PSL).

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A demissão de Tozi havia sido pedida nas redes sociais por Olavo, que atribuiu a ele um movimento de enfraquecer seus ex-alunos na pasta. O ministro esteve na tarde desta terça com o presidente para tratar da crise.

"Dando sequência às mudanças necessárias, agradecemos a Luís Antônio Tozi pelo empenho de suas funções no MEC e transferimos sua missão de Secretário Executivo a Rubens Barreto da Silva, que ocupava o cargo de Secretário Executivo Adjunto", escreveu o ministro em uma rede social.

Tozi é o segundo nome do ministério que cai por causa da crise envolvendo o grupo de Olavo. No domingo, Bolsonaro exigiu que Vélez demitisse o coronel Ricardo Wagner Roquetti também após pressão de olavistas e do próprio escritor, considerado guru de Bolsonaro e influente entre os filhos do presidente.

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A paralisa de ações no MEC e a repercussão negativa de iniciativas conservadoras estão por trás da dança de cadeiras na pasta nos últimos dias. Tozi foi um dos principais articuladores desse processo, que buscava dar agilidade para a pasta.

Em seu lugar, assume Rubens Barreto da Silva, que na segunda-feira (11) foi nomeado secretário-executivo adjunto. Assim como Tozi, ele também é oriundo do Centro Paula Souza.

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As conversas para as mudanças na equipe começaram antes do Carnaval. Membros da área executiva da pasta buscaram abrir espaço na equipe para profissionais técnicos em detrimento daqueles ligados a Olavo, alçados a seus postos por sua identificação com o escritor e com o conservadorismo comportamental.

Em dois meses e meio, o MEC do governo Bolsonaro ainda não apresentou programas nem ações importantes. Em vez disso, sua agenda se dilui em questões de comportamento e promoção do patriotismo -como a carta enviada às escolas com o slogan da campanha de Bolsonaro, na qual o ministro solicitava que os alunos cantassem o hino e fossem filmados. O episódio desgastou Vélez dentro e fora do governo.

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Segundo relatos de integrantes do MEC, há dificuldade até para contratar funcionários para suas equipes.

O MEC tem sido palco de disputas entre três grupos: o militar, o olavista e o técnicos, com funcionários egressos do Centro Paula Souza (autarquia paulista que cuida das escolas técnicas), como Tozi. As exonerações dos últimos dias davam a entender que o grupo técnico vinha se fortalecendo, mas a saída de Tozi desmente essa percepção.

O mosaico na composição da equipe se deve ao perfil de Vélez. Sem experiência em gestão educacional, ele trouxe ex-alunos para cargos importantes e teve de aceitar a influência de diversos grupos na composição dos cargos. Com informações da Folhapress.

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