Defesa Civil da cidade de SP reduziu efetivo em 21% sob Covas e Doria

Dados são do site da transparência municipal; gestão diz que mantém trabalhadores e que oscilações são naturais

© Rovena Rosa/ Agência Brasil / Reuters

Brasil prevenção 13/03/19 POR Folhapress

ARTUR RODRIGUES - SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Defesa Civil na cidade de São Paulo diminuiu em 21% seu efetivo nas gestões do atual prefeito Bruno Covas (PSDB) e do ex-prefeito João Doria (PSDB), segundo o site da transparência municipal.

PUB

O número de servidores com funções ligadas à Defesa Civil passou de 401, em dezembro de 2016, na gestão de Fernando Haddad (PT), para 315, de acordo com levantamento feito pela reportagem usando a base de dados de servidores ativos.

A redução no número de servidores ocorre em meio a relatos de sucateamento do órgão responsável por prevenir e atuar durante alagamentos, desabamentos e incêndios, entre outros. O órgão, por exemplo, fica em alerta e dá assistência à população durante episódios como o destes domingo (10) e segunda (11), quando fortes chuvas geraram caos e 13 mortes na Grande SP.

De acordo com o Sindsep (sindicato dos servidores municipais), a Defesa Civil atua em regime de plantão e, muitas vezes, há buracos na escala devido à falta de funcionários.

O sindicato afirma que muitos funcionários se aposentaram nos últimos anos e não foram repostos. "A atual gestão declarou extinto o cargo de agente de apoio, que é o dos trabalhadores da Defesa Civil. Como não apresentaram nenhuma solução para a continuidade, fica a impressão de que a Defesa Civil também pode acabar", afirmou o vice-presidente do sindicato, João Gabriel Guimarães Buonavita.

+ SP tem desabamentos, enchentes e afogamento durante temporal

+ Após enchentes, Bruno Covas vai declarar situação de emergência em SP

Os funcionários que permaneceram no órgão estão próximos da aposentadoria, alguns já na faixa dos 70 anos. De acordo com dados da transparência municipal, a média de idade dos servidores ativos nesta área é de 54 anos.

Hoje, o órgão é vinculado à Secretaria Municipal da Segurança Urbana, chefiada pelo coronel José Roberto Rodrigues, um policial militar. Antes da gestão atual assumir, a estrutura ficava sob cuidados de civis, na pasta das Subprefeituras. "Vários trabalhadores se recusaram a trabalhar nesse regime militarizado", disse João Gabriel.

Ele também afirma que o sucateamento atinge equipamentos, como novos veículos.

No ano passado, a prefeitura ainda gastou apenas R$ 32,5 milhões dos R$ 61,7 milhões previstos com a função defesa civil, o equivalente a 53% -a gestão municipal afirma que só uma pequena parte desse montante é relacionada ao órgão Defesa Civil e a maioria, a um convênio com os bombeiros. Os gastos permaneceram praticamente estáveis em relação a 2017, quando a prefeitura gastou R$ 31,2 milhões nesta função, em valores atualizados.

A gestão paulistana iniciada por Doria e agora sob Covas vem cortando os gastos na área de combate a enchentes. Contabilizando apenas os dois anos da gestão tucana, a cidade gastou R$ 552 milhões de R$ 1,4 bilhão previsto no orçamento.

OUTRO LADO

Apesar dos dados do site da transparência, a Secretaria Municipal de Segurança Urbana afirma que o órgão tem 358 funcionários. "Esse número não sofreu qualquer alteração. Eventuais oscilações no efetivo total da Defesa Civil podem ocorrer devido a pedidos de aposentadoria e movimentações a pedido para outras áreas", afirma a pasta.

A reportagem contabilizou todos os servidores que constam na coordenadoria de Defesa Civil e assessorias executivas nas subprefeituras. As oscilações registradas nas planilhas divulgadas no site da transparência são negativas. Em dezembro de 2017, havia 365 nomes na lista. Em agosto de 2018, 331.

A pasta diz ainda que "mantêm a atuação das 32 equipes territoriais e das dez equipes de resposta, destacadas para ocorrências relevantes".

A prefeitura afirma que os valores citados para a função de Defesa Civil incluem outros serviços além dos do órgão, como "o orçamento relacionado ao convênio com o Corpo de Bombeiros, em que a prefeitura atende as despesas com alimentação, combustível, manutenção e aquisição de viaturas, manutenção das sedes dos Grupamentos de bombeiros como reforma, luz, água e telefonia".

"O orçamento previsto para defesa civil em 2018 foi R$ 3.582.904,00. E, deste valor foram utilizados R$ 1.373.980,39, o que equivale a 38,35%", diz o município. "Havia a previsão de compra de 11 viaturas equipadas para a Defesa Civil, que deve ser concretizada neste semestre".

A pasta afirma ainda que o órgão "trabalha de forma sistêmica com outras secretarias e outros órgãos públicos".

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

brasil Rio Grande do Sul Há 10 Horas

Avião cai em Gramado; governador diz que não há sobreviventes

mundo EUA Há 13 Horas

Professora que engravidou de aluno de 12 anos é condenada

fama GUSTTAVO-LIMA Há 16 Horas

Gusttavo Lima é hospitalizado, cancela show no festival Villa Mix e fãs se revoltam

fama WILLIAM-BONNER Há 13 Horas

William Bonner quebra o braço e fica de fora do Jornal Nacional no fim do ano

brasil BR-116 Há 14 Horas

Acidente com ônibus, carreta e carro deixa 38 mortos em Minas Gerais

fama Pedro Leonardo Há 14 Horas

Por onde anda Pedro, filho do cantor Leonardo

lifestyle Smartphone Há 14 Horas

Problemas de saúde que estão sendo causados pelo uso do celular

esporte FUTEBOL-RIVER PLATE Há 13 Horas

Quatro jogadoras do River Plate são presas em flagrante por racismo

fama Vanessa Carvalho Há 14 Horas

Influenciadora se pronuncia após ser acusada de trair marido tetraplégico

fama Afogamento Há 23 Horas

Famosos que morreram afogados: Casos mais impactantes