Major Olímpio diz que massacre seria evitado com professores armados

Dois adolescentes invadiram escola e mataram pelo menos oito pessoas; dupla se suicidou em seguida

© Roque de Sá/Agência Senado

Política Suzano 13/03/19 POR Folhapress

GUILHERME SETO - SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O senador Major Olímpio (PSL-SP) afirmou nesta quarta-feira (13) que o massacre que deixou ao menos dez pessoas mortas na escola estadual Professor Raul Brasil em Suzano, na região metropolitana de São Paulo, teria sido evitado caso os funcionários da escola estivessem com armas.

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O senador, um dos mais destacados apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PSL), tem como suas principais pautas a revogação do estatuto do desarmamento e a redução da maioridade penal.

"Se os professores estivessem armados, e se os serventes estivessem armados, essa tragédia de Suzano teria sido evitada", disse Olímpio durante reunião da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado.

Em nota, Olímpio acrescentou que "a política desarmamentista fracassou" e que não pode "deixar que os aproveitadores se utilizem da tragédia para falar que o desarmamento é solução, essas armas são ilegais e foram obtidas e usadas por adolescentes".

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O senador aproveitou para também fazer a defesa da redução da maioridade penal. Ele é autor de projeto de lei que prevê a possibilidade de prender qualquer pessoa a partir dos 12 anos após avaliação psicológica.

"Nossas escolas deviam ser lugar de proteção para nossas crianças e infelizmente não estão seguras. Precisamos urgentemente rever a nossa política de segurança pública, bandido não tem idade, e essa tragédia apenas reafirma que precisamos reduzir a maioridade penal já."

Segundo a Polícia Militar, quatro estudantes e dois funcionários -entre eles a coordenadora- foram mortos na escola, em Suzano, e outros dois alunos morreram após serem levados a hospitais da região.

Os disparos foram feitos por volta das 9h30, quando dois homens encapuzados, que aparentam ter entre 20 e 25 anos e ainda não tiveram a identidade divulgada, atiraram contra os alunos e, em seguida, se mataram.

A dupla levava um revólver calibre 38, uma besta e artefatos explosivos.

Há ao menos outras dez pessoas feridas, duas em estado grave, de acordo com o Corpo de Bombeiros.

OUTROS CASOS

Já houve no país ao menos outros sete casos similares ao de Suzano com atiradores (alunos ou não) dentro de escolas abrindo fogo contra estudantes e outras pessoas.

Em Salvador, um jovem de 17 anos matou duas colegas dentro da sala do colégio particular Sigma e foi preso em flagrante. À época, em 2002, a delegada encarregada do caso afirmou que o revólver calibre.38 utilizado pelo garoto pertencia ao pai, que era perito policial.

Em janeiro de 2003, em Taiúva (a 363 km de São Paulo), Edmar Aparecido Freitas, 18, ex-aluno da escola estadual Coronel Benedito Ortiz, invadiu o pátio da instituição, atirou em alunos, professores e funcionários e depois se matou.

Em abril de 2011, em Realengo (zona oeste do Rio), doze adolescentes -dez meninas e dois meninos- morreram no massacre da escola municipal Tasso da Silveira. Eles foram vítimas de Wellington Menezes de Oliveira, 23, que atirou contra as vítimas na sala de aula.

No mesmo mês, um adolescente de 14 anos que se disse vítima de bullying matou um colega com golpes de faca no interior do Piauí. O caso ocorreu na zona rural da cidade de Corrente, no extremo sul do Estado.

Também em 2011, mas em setembro, um aluno de 10 anos de idade que estava no 4º ano atirou na professora Rosileide Queiros de Oliveira, 38, e depois se matou na escola Professora Alcina Dantas Feijão, em São Caetano do Sul (Grande São Paulo).

Em abril de 2012, um adolescente de 16 anos atirou em outras três alunas de escola estadual de Santa Rita (região metropolitana de João Pessoa, na Paraíba). O objetivo do rapaz era acertar um menino de 15 anos com quem havia discutido duas vezes.

O último caso foi em outubro de 2017, quando um adolescente de 14 anos matou dois colegas e feriu outros quatro, em Goiânia. O jovem utilizou uma pistola .40 da mãe, que assim como o pai é policial militar. Segundo a Polícia Civil, na época, o adolescente foi motivado por bullying.

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