Um ano após crime, Rio é tomado por homenagens à Marielle e Anderson

Nas escadarias da Câmara dos Vereadores, no Complexo da Maré, por todo lado se viam flores e manifestantes entoando palavras de ordem

© Reuters

Brasil Quem matou Marielle? 14/03/19 POR Estadao Conteudo

A cidade do Rio amanheceu tomada de homenagens à vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada há exatamente um ano juntamente com o motorista Anderson Gomes. No local do crime, no centro da capital, nas escadarias da Câmara dos Vereadores, no Complexo da Maré, por todo lado se viam flores e manifestantes entoando palavras de ordem.

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"Há 365 dias atrás nós dormimos abraçadas pela última vez", escreveu a companheira de Marielle, a ativista Mônica Benício, em uma rede social, logo nos primeiros minutos deste dia 14 de março. "Desde então, não teve uma noite sequer em que eu não tenha sentido sua falta. Não teve uma manhã em que eu não tenha chorado sua ausência. Tá muito difícil sem você! Mas hoje, as ruas estarão cheias, gritando seu nome, clamando por justiça, elevando aos céus muito amor para você. Não há nada no mundo que eu deseje mais do que você estar em paz."

Veja também: Um ano após assassinato, viúva de Marielle faz homenagem: 'Ruas cheias'

Logo cedo, nas primeiras horas da manhã, no "Amanhecer com Marielle", várias faixas e flores foram depositadas no local do crime, onde o carro da vereadora foi alvejado, no Estácio. Na escadaria da Câmara dos Vereadores, mulheres em pernas de pau estenderam uma faixa com os dizeres "Marielle Gigante".

Nas escadarias do Palácio Tiradentes, sede da Assembleia Legislativa do Rio, foram espalhados mais de 300 girassóis pelos degraus. Uma faixa questiona: "Quem matou Marielle?" Às 10h estava previsto o início de uma missa solene pela memória de Marielle e Anderson, na Candelária, uma das principais igrejas do Centro da cidade. O cardeal-arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, vai celebrar a missa, que contará com a presença da família da vereadora.

O pai de Marielle, Antonio Francisco Neto, afirmou em frente à igreja da Candelária, no centro do Rio, que somente agora, um ano depois do crime, "a ficha caiu". Antonio afirmou que, ao longo desses 365 dias, vinha se mantendo forte. "Hoje minha fortaleza ruiu", afirmou ele, ao chegar na igreja onde acontece uma missa por Marielle e Anderson Gomes.

Na parte da tarde, na Cinelândia, está previsto um novo ato público em frente à Câmara dos Vereadores. No fim do dia, um ato político e cultural também será realizado no local. No Complexo da Maré, onde Marielle nasceu, outras homenagens estavam previstas ao longo da tarde.

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