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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Político com fortes laços com os evangélicos, o presidente Jair Bolsonaro deve incluir um roteiro religioso durante a viagem que fará a Israel no final de março.
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De acordo com interlocutores de Bolsonaro, as visitas a lugares considerados santos no país farão parte de uma agenda privada do presidente da República.
Embora os detalhes ainda não tenham sido fechados, o roteiro já começou a ser preparado por assessores do presidente.
Em Jerusalém, por exemplo, a ideia é que Bolsonaro realize uma visita à basílica do Santo Sepulcro, templo localizado na cidade velha, onde, segundo a tradição cristã, Jesus foi crucificado.
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Outro ponto do roteiro religioso deve ser a Tumba do Jardim, também em Jerusalém, venerado pelos cristãos -principalmente pelos evangélicos- como o local de sepultamento e ressurreição de Jesus.
Não será a primeira vez que Bolsonaro visitará locais sacros em Israel. Em maio de 2016, no mesmo dia em que o Senado votava a abertura do processo de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff, o atual presidente da República foi batizado nas águas do rio Jordão, onde, de acordo com a Bíblia, Jesus foi batizado.
O batismo foi feito pelo presidente do Partido Social Cristão (PSC), Pastor Everaldo.
A previsão é que Bolsonaro embarque para Israel no dia 30 de março e retorne ao Brasil na noite do dia 2 de abril.
Pessoas que acompanham os preparativos da viagem também disseram que Bolsonaro pode realizar uma visita rápida à Galileia, no norte de Israel.
De acordo com as escrituras bíblicas, foi na Galileia que Jesus começou sua pregação e onde foram registradas algumas das passagens mais marcantes da sua vida, como a multiplicação dos peixes e a caminhada sobre as águas.
Para além da parte religiosa e privada da visita, Bolsonaro deve realizar uma série de deferência públicas ao estado israelense e ao povo judeu. Uma das possibilidades é que Bolsonaro realize uma visita ao Museu do Holocausto, numa homenagem às vítimas do nazismo.
Também há eventos sendo preparados nos campos de ciência e tecnologia e comércio, como um seminário empresarial.
A aproximação com Israel é um dos pontos centrais do giro na política externa brasileira promovido pelo presidente.
O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, compareceu à posse de Bolsonaro em 1º de janeiro.
O premiê israelense, enfraquecido por denúncias de corrupção, tentará se reeleger num pleito convocado para 9 de abril, poucos dias depois do retorno do presidente brasileiro.