©  Isac Nóbrega/PR
WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - O presidente brasileiro Jair Bolsonaro chegou na tarde deste domingo (17) a Washington para sua primeira visita aos Estados Unidos após ser eleito.
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O avião pousou às 15h40 (16h40 no horário de Brasília) na base da força aérea americana Andrews, a cerca de 23 km do centro da capital.
De lá a comitiva seguiu para a casa de hóspedes da Casa Branca, Blair House. Em sua conta em uma rede social, Bolsonaro escreveu que o convite para se hospedar no local se tratava de " uma honraria concedida a pouquíssimos chefes de Estado, além de não custar um centavo aos cofres públicos".
A viagem do presidente ao país é uma visita oficial de trabalho, um degrau abaixo da visita de Estado, a máxima das honrarias.
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O último presidente brasileiro que foi a Washington em visita de Estado foi Fernando Henrique Cardoso, em 1995.
Em 2015, durante o governo de Barack Obama, a então presidente Dilma Roussef também se hospedou na Blair House.
Pouco antes da chegada de Bolsonaro, o local tinha recebido um protesto contra a presença dele no país que reuniu cerca de 50 pessoas.
A maior parte dos manifestantes era de americanos, como o ativista Sean Blackmon, 31. Segundo ele, a reunião de dois líderes políticos à direta, como Bolsonaro e Donald Trump, "vai significar apenas coisas ruins para as pessoas oprimidas de seus países".
"O sexismo, o racismo e a homofobia que vêm de Trump são a mesma coisa que vem de Bolsonaro, que ataca o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e outros movimentos progressistas no Brasil", afirmou ele.
Para a estudante brasileira Débora de Oliveira, 26, que mora nos EUA há dois anos, americanos "têm mais consciência" sobre o que Bolsonaro representa, e o acham parecido com Trump.
Ela também criticou a declaração do filho do presidente, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que disse que os brasileiros ilegais nos EUA são uma "vergonha".
"Não acho que é uma vergonha. A maioria da comunidade brasileira apoia Bolsonaro e Trump. Os brasileiros vêm pra cá procurar uma vida melhor".
O ato foi organizado pelo grupo Unite Against Hate D.C.
Em entrevista à TV Record, Eduardo Bolsonaro disse que vê "com muita felicidade" os protestos contra a visita de seu pai. "Eu estava até triste quando recebi a primeira notícia, de que não haveria protestos", afirmou.
O presidente brasileiro é acompanhado na viagem por seis ministros, entre eles Paulo Guedes (Economia), Sergio Moro (Justiça), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores).
No começo da noite, o grupo seguiu para um jantar na casa do embaixador brasileiro em Washington, Sérgio Amaral.
Participaram do encontro também nomes importantes da direita na região, incluindo o escritor brasileiro Olavo de Carvalho e Steve Bannon, ex-estrategista de Donald Trump.
O brasileiro deve se encontrar com o presidente americano na terça-feira (19) na Casa Branca.