© Arnaldo Alves/ ANPr
O juiz que deu ordem de prisão ao ex-governador Beto Richa (PSDB-PR), Fernando Bardelli da Silva Fischer, da 9ª Vara Criminal de Curitiba, afirma na decisão que o ex-assessor Maurício Fanini recebeu propina do tucano em troca de silêncio. Richa foi preso nesta terça-feira (19).
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Fanini, que é ex-diretor da Secretaria de Educação do Paraná, foi quem apresentou à Justiça fotos de uma "pool party" de Richa em Miami.
Na decisão, o juiz diz que o funcionário de Richa começou a ser pago em novembro de 2015. Ainda de acordo com o magistrado, como publicado pelo O Globo, os repasses de propina a Fanini foram feitos por Jorge Theodócio Atherino, apontado como amigo e operador de propinas de Richa, que também foi preso nesta terça.
As fotos entregues pelo delator mostram o ex-governador ao lado de empresário que tinham contratos com a sua gestão na piscina do hotel Delano, em Miami, onde as diárias variam entre R$ 2 mil e R$ 14 mil.
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Segundo os investigadores, a festa foi uma forma de o grupo gastar as sobras do caixa clandestino que a gestão do tucano mantinha a partir da propina que recebia dos empresários. O dinheiro teria financiado, entre outras coisas, a própria campanha do ex-governador.
Richa é réu em quatro processos por corrupção e lavagem de dinheiro. Desta vez, ele é investigado na Operação Quadro Negro, que apura supostas irregularidades na construção e reforma de escolas no Paraná. Estima-se que R$ 20 milhões foram desviados.
Em nota, a defesa do ex-governador criticou a ordem de prisão e disse que a gestão do tucano que descobriu e denunciou o esquema.
"Tratam-se de fatos antigos sobre os quais todos os esclarecimentos necessários já foram feitos. Por orientação do ex-governador, no âmbito administrativo, todas as medidas cabíveis contra os autores dos crimes foram tomadas. A defesa repudia o processo de perseguição ao ex-governador e a seus familiares; todavia, segue confiando nas instituições do Poder Judiciário", afirma o advogado Guilherme Brenner Lucchesi.