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Thor Batista, o filho de Eike Batista, teve cerca de R$ 780 milhões bloqueados por conta de dívidas da mineradora MMX Sudeste Mineração, empresa do Grupo X, que está em recuperação judicial. A decisão é da juíza Cláudia Helena Batista, da 1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte.
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Como reportado pela Veja, a ação tramitou em segredo de Justiça até o bloqueio do patrimônio de Thor e de outras seis empresas ligadas à família. A decisão afirma que o produto dos crimes praticados por Eike envolvendo a mineradora foi destinado ao seu filho, prejudicando os credores da empresa.
Documentos mostram que parte do recurso movimentado pelo empresário foi encaminhado à família e a empresas do Grupo X. Segundo as investigações, a estrutura familiar do ex-bilionário participa ativamente da criação de empresas, que tinham o objetivo de blindar o patrimônio de Eike em centros financeiros internacionais. Ele e outros veículos financeiros que integram o Grupo X, controlados pelo empresário, são abastecidos com esses recursos.
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Thor Batista é apontado pela Justiça como a principal plataforma de blindagem do patrimônio do pai.
“Havendo provas de remessa de quase 1 bilhão de reais ao exterior, pelo controlador Eike Batista e seu filho Thor Batista, através de empresas criadas apenas para ocultar o patrimônio, e afastá-lo do alcance dos credores, não se pode olvidar do desvio de finalidade da pessoa jurídica e da confusão patrimonial entre aquela, seu controlador e seu filho”, diz o parecer do Ministério Público de Minas Gerais, assinado pela promotora Ana Luiza de Abreu Moreira.
Documentos citam operações que teriam sido revestidas de aspecto legal, mas serviam para encobrir o desvio do dinheiro de credores da MMX.
Em maio de 2017, a Justiça mineira havia bloqueado os bens de Eike Batista e das empresas Centennial Asset Mining Fund LLC e Mercato Botafogo R. F. C Fundo de Investimento de Longo Prazo, que eram os controladores da mineradora. A medida também foi tomada para ressarcir os credores da MMX em recuperação judicial.