© Andrew Kelly / Reuters / Arquivo
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A Organização das Nações Unidas (ONU) confirmou nesta quarta-feira (20) a realização de uma conferência internacional sobre a Líbia, entre os dias 14 e 16 de abril, para tentar reunificar o país.
O evento acontecerá em Gadamés, perto da tríplice fronteira com Tunísia e Argélia, e deve reunir os principais atores da crise líbia. "Espero que essa conferência seja o resultado claro de todos os processos de compromisso entre as partes", disse o enviado especial da ONU Ghassan Salamé.
A conferência devia ter acontecido em janeiro, de modo a permitir a realização de eleições em junho, mas as divisões políticas dilataram o prazo. Segundo Salamé, o evento será aberto a todos. Recentemente, o enviado anunciou um acordo para a realização de eleições no país.
O pacto foi fechado entre o primeiro-ministro Fayez al Sarraj, que chefia um governo de união nacional sediado em Trípoli, e o general Khalifa Haftar, líder da principal força armada do país e cuja administração é baseada em Tobruk, no leste líbio.
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Essa não é, no entanto, a primeira vez que os dois lados anunciam um acordo para solucionar as divisões no país. Em 2017, após negociações mediadas pelo presidente da França, Emmanuel Macron, Sarraj e Haftar falaram em organizar eleições no primeiro semestre de 2018, plano que não se concretizou.
Já no fim do ano passado, a Itália realizou uma conferência internacional sobre a Líbia, mas o evento acabou boicotado por Haftar, que participou apenas de compromissos informais. A Líbia se fragmentou politicamente após a queda de Muammar Kadafi, em 2011, e enfrentou diversos anos de conflitos entre milícias.
Esse cenário abriu caminho para a atuação de traficantes de seres humanos e deu combustível para a crise migratória no Mediterrâneo. (ANSA)