© Reuters / Paulo Whitaker (Foto de arquivo) 
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Bolsa brasileira fechou o pregão em queda de mais de 1%, voltando a operar abaixo de 99 mil pontos após dois pregões testando o pico histórico de 100 mil pontos. O dólar também caiu, reflexo da indicação de que o banco central americano não deverá elevar os juros em 2019.
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O Ibovespa, principal índice acionário do país, recuou 1,55%, a 98.041 pontos. O giro financeiro superou os R$ 17 bilhões.
A pressão de baixa veio principalmente do setor bancário, com perdas superiores a 2% de Itaú e Bradesco, e também da Vale, que recuou 2,6%. As perdas foram, porém, disseminadas por todos os setores representados no índice, o que sinaliza uma tendência de realização de lucros após o pico, além da ausência de notícias no curto capazes de alimentar o apetite de investidores para acima do atual patamar.
Ao final do pregão, o governo apresentou o texto de reforma da Previdência dos militares, como amplamente esperado.
O dia tampouco foi favorável às Bolsas pelo mundo, em renovação de receios com a desaceleração da economia global.
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Nesta quarta-feira (20), o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) manteve a taxa de juros do país entre 2,25% e 2,50% ao ano, e indicou que não deverá promover novos aumentos neste ano.
O motivo é a desaceleração da economia do país, o que já vinha sendo repetido desde o ano passado por analistas de mercado.
"O crescimento da atividade econômica desacelerou da sólida taxa no quarto trimestre", escreveu o Fed no comunicado.
Depois disso, o presidente do Fed, Jerome Powell, voltou a falar em paciência para a tomada de decisões.
"Paciência significa que nós não vemos motivo para apressar uma decisão", afirmou.
A leitura da decisão do Fed para a Bolsa depende do humor do investidor. A perda de força da economia americana é ruim para as empresas, que tendem a lucrar menos, o que poderiam pressionar os índices.
No entanto, quando os juros permanecem em patamares baixos, investidores podem se dispor a correr mais riscos, direcionando mais recursos mercado acionário, ajudando a sustentar a Bolsa.
Isso é especialmente válido em um cenário que aponta para freio, mas não recessão econômica, justamente como ocorre nos Estados Unidos.
O dólar também reagiu à decisão do Fed e recuou 0,60%, a R$ 3,7670. De 24 moedas emergentes, 18 avançaram sobre o dólar.
A lógica é a mesma: investidores buscam retornos mais polpudos em países mais arriscados quando os juros permanecem em patamares baixos nos Estados Unidos.