© Ivan Alvarado/Reuters
Representantes do Grupo Internacional de Contato (GIC), composto por vários países da União Europeia, o Uruguai e o Governo do Presidente Nicolás Maduro, se reuniram nesta quarta-feira (20) em Caracas, com a crise venezuelana na agenda.
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Esse é o segundo encontro (o primeiro ocorreu no fim de fevereiro) e na reunião esteve presente, pelo lado da Venezuela, os vice-ministros das Relações Exteriores para a Europa e dos Assuntos Multilaterais, Yván Gil e Félix Plasencia, respectivamente.
Sem detalhar quais os representantes estrangeiros que estiveram presentes, o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela divulgou um comunicado informando que neste segundo encontro entre os representantes do GIC e altos funcionários do Estado venezuelano "foram exploradas vias de cooperação técnica no âmbito do sistema das Nações Unidas e em estreito apego ao direito internacional".
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"O vice-ministro Yván Gil abordou, neste contexto, a necessidade de superar os aspectos relacionados com o bloqueio econômico e financeiro imposto pelo Governo dos Estados Unidos contra aquele país sul-americano, que tem dificultado o acesso a medicamentos e alimentos para a população venezuelana", refere o comunicado.
Segundo documento, Yván Gil afirmou que "mais de 50 bilhões de dólares estão retidos no sistema financeiro internacional, dos quais mais de 4,5 milhões em ativos de conversão rápida continuam bloqueados apenas na Europa", reiterando o pedido do Governo venezuelano "de que esses recursos sejam libertados, para a compra imediata de medicamentos, quer através das estruturas técnicas que a União Europeia disponha, quer através das Nações Unidas (ONU)".
O comunicado ratifica "a posição do Governo do Presidente Nicolas Maduro, no sentido de receber todo o tipo de cooperação, no âmbito das Nações Unidas e da cooperação bilateral entre os países do Grupo de Contato Internacional e Venezuela".
"O diplomata enfatizou que as medidas coercivas unilaterais adotadas pelo Governo de Donald Trump [EUA] em relação ao país latino-americano violam os princípios mais elementares do direito internacional e da Carta da ONU", explica.
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Segundo o comunicado, o vice-ministro Félix Plasencia, por sua vez, "lamentou a posição tomada por alguns países da União Europeia", uma situação contrária à legislação e às leis venezuelanas, surgida a partir da autoproclamação do deputado da Assembleia Nacional Juan Guaidó como presidente interino do país.
"No final de fevereiro, o ministro de Relações Exteriores da República Bolivariana da Venezuela, Jorge Arreaza, recebeu uma delegação do Grupo Internacional de Contato, criado em 07 de fevereiro último, no Uruguai, em conformidade com as instruções do Presidente Nicolás Maduro, focada na preservação da paz do país sul-americano", refere.
Nessa ocasião, Jorge Arreaza insistiu na "necessidade de avançar no estabelecimento de um mecanismo de diálogo nacional, sem condicionamento nem ingerências externas, que permita não apenas o entendimento político entre as partes na controvérsia na Venezuela, mas também a preservação da paz e a recuperação econômica da nação".
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O Grupo de Internacional de Contato é integrado pela França, Alemanha, Itália, Espanha, Portugal, Suécia, Holanda, Inglaterra, Equador, Costa Rica, México, Uruguai e Bolívia. Com informações da Lusa.