© Luis Fortes/MEC
RICARDO DELLA COLETTA E PAULO SALDAÑA - BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Para tentar estancar a crise no MEC (Ministério da Educação), a ala militar do governo Jair Bolsonaro (PSL) quer definir a nomeação do cargo número 2 na pasta. A aposta dos militares é o ex-reitor da UnB Ivan Camargo.
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A indicação seria uma forma de garantir não apenas o apoio momentâneo dos militares à permanência do ministro Ricardo Vélez Rodríguez mas também configuraria uma espécie de intervenção branca na pasta.
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Vélez precisou demitir o secretário-executivo Luiz Antonio Tozi após mudanças de cargos no ministério atingir alunos do escritor Olavo de Carvalho. O episódio expôs uma disputa entre o grupo de militares, olavistas e técnicos oriundos do Centro Paula Souza de São Paulo que atuam no MEC.
Outros dois nomes indicados por Vélez, Rubens Barreto e Ioelene Lima, foram barrados por pressão do mesmo grupo. A secretaria-executiva é considerada o motor do MEC, por onde passam todas as decisões importantes.
Camargo é próximo a militares da cúpula do governo. Engenheiro elétrico, foi reitor da UnB (Universidade de Brasília) entre 2012 e 2016. Entre outras funções, comandou a superintendência de Regulação dos Serviços de Distribuição da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
Desde a transição de governo os militares mantém influência no MEC. Os presidentes do FNDE, Carlos Alberto Decotelli, e do Inep, Marcus Vinicius Rodrigues, são do grupo. O presidente da Capes, Anderson Ribeiro, foi reitor do ITA, instituição de ensino ligada às Forças Armadas.
Além disso, o general Osvaldo de Jesus Ferreira é presidente da Ebserh (Empresa Brasileia de Serviços Hospitalares), órgão também ligada ao MEC.