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JOANA CUNHA E ARTHUR CAGLIARI - SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Uma rodada de breves conversas com grandes empresários brasileiros, de setores diversos, leva a uma conclusão consensual: a prisão preventiva do ex-presidente Michel Temer pela Lava Jato era algo esperado e veio até com atraso.
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Apesar da queda na Bolsa, a prisão passa um sinal positivo importante: de que o Brasil é um país que persegue e investiga suspeitas de corrupção, considerado bom para o ambiente de negócios e para a atração de investimentos.
A expectativa geral era que, logo após descer a rampa do Planalto, Temer seguiria para a Polícia Federal.
Para um grande empresário do setor de bens de consumo, ligado a bolsonaristas convictos, os laços do emedebista com corrupção são até mais firmes do que as razões que levaram à prisão de Lula no caso da cobertura no Guarujá. A despeito dos outros processos contra o petista, como o sítio de Atibaia e propinas em medidas provisórias, ele ressalva.
Mas a operação da manhã desta quinta-feira (21) fez tocar um alerta. Além de Temer, foi preso o ex-ministro Moreira Franco (MDB).
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Ansiosos pela aprovação da reforma da Previdência, alguns deles receiam que o parentesco de Moreira Franco com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, possa embaralhar os esforços pela evolução da reforma no Congresso. Maia é casado com a enteada de Moreira Franco.
No exato momento em que a prisão veio à tona pelos sites de notícia, no meio da manhã, empresários reunidos em um seminário sobre comércio internacional perderam o foco na fala do secretário especial de Comércio Exterior, Marcos Troyjo, e colaram os olhos em seus celulares.
Ao final do evento, um dos palestrantes lamentou, em tom de brincadeira, que a repercussão do debate seria baixa: "quem gostou da iniciativa [do projeto apresentado] e quiser reforçar ela na mídia digital, será muito bem vinda a hashtag #BR+, porque acho que a mídia em geral vai estar ocupada com outros assuntos hoje."
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