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O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (ICRC, na sigla em inglês) adiantou, em comunicado, que os desaparecidos, a maioria em Moçambique e no Zimbabuê, estão registrados na plataforma digital https://familylinks.icrc.org/cyclone-idai/en/Pages/Home.aspx, que visa ajudar as famílias a localizar os seus parentes.
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A organização alertou, no entanto, para a probabilidade deste número vir a aumentar "de forma significativa" uma vez que sejam restabelecidos os serviços em muitas das comunidades que ainda se encontram sem eletricidade e acesso à internet.
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"Com mais de um milhão de pessoas afetadas pelo impacto devastador do ciclone Idai, muitas famílias em Moçambique, Zimbabuê e Malauí estão separadas ou perderam contato", destacou o comitê.
Diane Araújo, delegada do ICRC na cidade moçambicana da Beira, praticamente destruída pela passagem do ciclone, considerou que a "agonia de não saber o que aconteceu aos entes queridos após um desastre como o Idai é indescritível".
Aida de acordo com Diane Araújo, a plataforma, em inglês e português, é "um primeiro passo para oferecer às famílias um lugar centralizado onde possam compartilhar e procurar informações sobre os seus familiares desaparecidos".
Na plataforma, é possível registrar uma pessoa desaparecida ou com quem perdeu contato, bem como inscrever-se como alguém que esteja vivo e em segurança.
O balanço provisório da passagem do ciclone Idai é de 557 mortos, dos quais 242 em Moçambique, 259 no Zimbabuê e 56 no Malauí.
O ciclone afetou pelo menos 2,8 milhões de pessoas nos três países africanos e a área submersa em Moçambique é de cerca de 1.300 quilômetros quadrados, segundo estimativas de organizações internacionais.
A cidade da Beira, no centro litoral de Moçambique, foi uma das mais afetadas pelo ciclone, na noite de 14 de março, e a ONU alertou que 400.000 pessoas desalojadas necessitam de ajuda urgente, avaliada em mais de 40 milhões de dólares.
Mais de uma semana após a tempestade, milhares de pessoas continuam a espera de socorro em áreas atingidas por ventos superiores a 170 quilômetros por hora, chuvas fortes e cheias, que deixaram um rastro de destruição em cidades, aldeias e campos agrícolas.
As organizações envolvidas nas operações de socorro e assistência humanitária têm alertado para o perigo do surto de doenças contagiosas. Com informações da Lusa.