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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Em meio à crise de articulação do Congresso com o Planalto, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) afirmou nesta sexta-feira (22) que não deixará de defender a reforma da Previdência. "Nunca vou deixar de defender a reforma da Previdência", escreveu Maia em sua conta no Twitter, em resposta à deputada estadual do PSL Janaína Paschoal (SP).
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A deputada criticou Maia nesta manhã. "Quando o Presidente da Câmara ameaça deixar a Reforma da Previdência, pergunto: ele está pensando no Brasil? Se ele gosta do Presidente e de seus filhos não importa", escreveu Janaína na mesma rede social.
A fala faz referência à crise política que está instalada entre Executivo e Legislativo. Maia vem demonstrando insatisfação cada vez maior com a maneira como o Congresso tem sido tratado pelo governo de Jair Bolsonaro.
Nesta quinta-feira (21), ele ficou irritado com a maneira como deputados bolsonaristas e o próprio presidente comemoraram nas redes sociais a prisão do ex-presidente Michel Temer. A sinalização é vista como um ataque à política, no momento em que o Planalto precisa conquistar votos dos parlamentares para sua reforma.
De acordo com deputados que passaram a tarde de quinta com Maia, os aliados de Bolsonaro estão mais interessados em angariar apoios dos seus seguidores nas redes sociais do que em construir maioria para a aprovação dos projetos de interesse do governo. Além do mais, queixaram-se do ataque nas redes do filho do presidente, vereador Carlos Bolsonaro (PSC), ao presidente da Câmara.
Nesta quinta, dia em que também foi preso o ex-ministro Moreira Franco, sogro de Maia, Carlos Bolsonaro publicou em sua conta no Instagram uma postagem sobre a desavença pública entre o ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) e o presidente da Câmara, seguida da mensagem: "Por que o presidente da Câmara anda tão nervoso?
Veja também: Maia recebeu notícia da prisão do sogro com serenidade, dizem aliados
"Outro alvo dos deputados dos partidos de centro foi a declaração do presidente Bolsonaro, pouco depois de desembarcar no Chile nesta quinta, sugerindo que a prisão de Temer seria uma consequência "de acordos políticos" em "nome da governabilidade.
"Segundo uma das pessoas que participou das conversas com Maia nesta quinta, existe a avaliação entre os parlamentares que esse tipo de declaração reduz a disposição dos deputados de votarem a favor da reforma.
De acordo com ele, diante do diagnóstico de que o governo está mais interessado em "jogar para a platéia" do que negociar votos no Parlamento, a tendência é que muitos deputados passem a fazer o mesmo.