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A prefeitura de São Paulo manteve hoje (24) o cumprimento da reintegração de posse da Favela do Cimento, na zona leste paulistana, após a comunidade ter sido atingida por um incêndio de grandes proporções na noite de sábado (23).
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A área pública no entorno do Viaduto Bresser, no bairro Mooca, estava ocupada há pelo menos cinco anos, segundo movimentos sociais de moradia. De acordo com a prefeitura, 215 pessoas moravam no local, sendo 66 crianças. Durante a madrugada, a prefeitura iniciou os serviços de remoção, varrição e lavagem da área.
O incêndio teve início às 19h30. De acordo com o Corpo de Bombeiros, não houve vítimas. Foram necessárias 20 viaturas e 67 homens para controlar as chamas. Segundo a prefeitura, a maioria das famílias já havia deixado o local, tendo em vista que a reintegração de posse já estava marcada para hoje.
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“Logo após a saída das equipes da Assistência Social começou o incêndio. Em seguida, as equipes da prefeitura retornaram, mas havia poucas pessoas no local e elas foram encaminhadas para os equipamentos de acolhimento”, disse, por meio de nota, o secretário de Assistência e Desenvolvimento Social, José Castro.
O advogado Benedito Barbosa, da União de Movimentos de Moradia (UMM), esteve na área na noite de sábado e aponta que muitas famílias sem-teto continuam espalhadas pela região da Mooca ou foram acolhidas por outras ocupações da região.
Ele informou, por exemplo, que pelo menos 50 famílias foram para um galpão na Rua do Hipódromo. “Na Favela do Cimento havia de quinhentas a seiscentas pessoas. Muitas não querem ser tuteladas pela prefeitura nos albergues. Elas perdem autonomia. As famílias querem moradia”, contou.
De acordo com a prefeitura, entre os dias 18 e 22 foram feitas audiências de conciliação intermediada pela 13ª Vara da Fazenda Pública. Neste período, 42 famílias foram encaminhadas a centros de acolhimento e três famílias receberam passagens rodoviárias, uma para o Rio de Janeiro e duas para Ribeirão Preto.
No sábado, foi feito encaminhamento de 13 famílias e de mais duas famílias após o incêndio. Ainda segundo a prefeitura, “não existe prazo definido para as pessoas permanecerem nos centros de acolhimento”.
Benedito Barbosa critica o que ele chama de “ação higienista” por parte do governo municipal e pede apoio para as famílias abrigadas no galpão.
“Elas estão em estado de choque e em total abandono nesta calamidade. No local do incêndio, a prefeitura, de forma higienista, com diversos caminhões, se apressava em remover tudo que podia”, relatou. O advogado apontou que os sem-teto estão recebendo doações de comida, colchões, roupas e móveis. Com informações da Agência Brasil.