Cinco perguntas e respostas sobre a rede 5G

A quinta geração de rede móvel promete download e upload mais rápidos e menor tempo de latência

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Tech Dúvida 25/03/19 POR Notícias Ao Minuto

Quarenta anos após o lançamento da primeira rede móvel, a infraestrutura de quinta geração (5G) começa a ser comercializada em 2020, com a promessa de ser mais forte e potente do que as anteriores, mas já está envolta em polêmicas.

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 O que é o 5G e como surge? 

O 5G é a quinta geração de rede móvel, que vem na sequência do 1G (criado em 1980), do 2G (de 1990), do 3G (de 2000) e do 4G (de 2010).

Com o avanço da tecnologia, as infraestruturas de rede móvel têm sido substituídas, já que as novas são sempre mais eficazes e abrangentes do que as anteriores.

O 1G era apenas destinado a chamadas de voz e tinha uma velocidade de 2,4 kilobytes (kbps) por segundo. O 2G passou a incluir também mensagens de texto e já era de 64 kbps por segundo.

Com o 3G, no início do milênio, passou-se para uma velocidade 384 kbps por segundo, incluindo então, além das chamadas de voz e das mensagens escritas, a internet por meio dos dados móveis.

Foi com o 4G que se chegou à banda larga móvel, numa velocidade entre 100 megabytes (kbps) a um gigabyte (Gbps) por segundo.

O que se espera é que, com o 5G, a velocidade seja de, pelo menos, 10 Gbps por segundo, permitindo a conexão de dados ilimitados em qualquer lado, a qualquer altura e em qualquer formato.

Neste novo padrão da banda larga sem fios haverá, então, mais velocidade, maior cobertura e mais recursos.

A nova infraestrutura, ainda em desenvolvimento, será 100 vezes mais rápida do que a anterior, podendo chegar 20 Gbps. Isto torna as tarefas mais velozes. O download de um filme com um gigabyte, por exemplo, deverá ser concluído em menos de 10 segundos.

Para que serve o 5G? 

Além de ser aplicado às comunicações móveis, o 5G será ainda crucial para áreas do quotidiano, mas também para possibilitar outros avanços tecnológicos, como os carros autônomos.

Isto porque a potência desta rede de quinta geração vai além da rapidez nos uploads e downloads, mas concentra-se, sobretudo, na redução da latência, ou seja, do tempo de resposta de um aparelho desde o momento em que recebe a ordem até quando a executa.

Quanto menor for a latência, mais rápida é a reação de um aparelho acionado à distância.

Isso se aplica aos eletrodomésticos e a outros aparelhos comuns, incluindo os que estão ligados à internet, que passarão a ser mais eficientes, podendo trazer benefícios nas áreas do entretenimento, agricultura, indústria, saúde, energia e realidade virtual.

A rede 5G também vai permitir que mais aparelhos estejam conectados ao mesmo tempo, multiplicando por 100 o número de dispositivos possíveis.

A questão da latência também permitirá melhorar a tecnologia associada aos carros autônomos, tornando estes veículos mais rápidos na resposta, principalmente perante a eventualidades, bem como no processamento da informação.

Em termos ambientais, também há uma redução de 90% do consumo de energia.

Quais os desafios e as dificuldades? 

Apesar dos benefícios, a rede 5G traz vários desafios, especialmente para as empresas de telecomunicações e fabricantes de smartphones.

A primeira questão passa, sobretudo, pela uniformização, já que se estabeleceram requisitos para o 5G aplicáveis em todo o mundo, que preveem que esta rede seja flexível o suficiente para permitir o surgimento de novos serviços ou modelos de negócios.

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Isto significa que o 5G deverá funcionar em várias faixas eletromagnéticas, como as de 3.4-3.8 Giga-hertz (GHz), de 700 mega-hertz (MHz) ou ainda de 26 GHz, respectivamente, de média, baixa e alta.

Deverá, também, funcionar de forma igual em áreas povoadas ou rurais e em aparelhos mais avançados (como os que estão sendo fabricados para serem compatíveis com a quinta geração móvel) ou tradicionais. Além da necessidade do 5G permitir maior eficiência energética.

Como está o desenvolvimento a nível mundial?

A rede 5G está sendo desenvolvida em várias localidades do mundo, sendo que países asiáticos e os Estados Unidos estão mais bem posicionados para vencer a "corrida" tecnológica.

"Os Estados Unidos, o Japão, a Coreia do Sul e a China são os principais países em termos de desenvolvimento" desta tecnologia, admite o Observatório Europeu para o 5G no seu relatório de acompanhamento mais recente, datado de final do ano passado.

Ainda de acordo com o documento, "os Estados Unidos são um país muito avançado no 5G", sendo esperado em breve que as operadoras AT&T ou Verizon o comercializem, após testes realizados no ano passado.

A China também está "experimentando o 5G", prevendo o seu lançamento comercial em 2020, através da China Unicom e da China Telecom.

Antes, para o segundo semestre deste ano, é apontada a comercialização do 5G na Coreia do Sul, país que chegou a testar esta tecnologia numa zona limitada dos Jogos Olímpicos de Inverno, em fevereiro do ano passado, na região de PyeongChang.

No próximo ano, esta oferta comercial deverá chegar ao Japão, que também pretende lançar o 5G a tempo para os jogos olímpicos e paraolímpicos de verão, em agosto de 2020.

"Além destes países e da União Europeia, outros estão planejando desenvolvimentos no 5G, como a Índia, a Austrália, o Canadá, a África do Sul e os países do Golfo, como os Emirados Árabes Unidos, o Qatar e a Arábia Saudita", aponta o mesmo documento do Observatório Europeu.

No caso da Índia, o lançamento comercial é estimado para 2022.

Entre os restantes, "o Qatar e os Emirados Árabes Unidos reivindicam serem os primeiros a lançar o 5G". Porém, "sem qualquer dispositivo 5G disponível até ao momento [nestes dois países], parece ter sido mais uma 'luz verde' para a infraestrutura do que um lançamento comercial completo", observa o relatório.

 Quais as últimas polêmicas?

Além das operadoras, são também várias as fabricantes que estão apostando em equipamentos 5G, entre as quais a Ericsson, a Huawei, a Nokia, a Samsung e a ZTE, alguns dos quais podem vir a ser lançados ainda neste ano.

É, contudo, a chinesa Huawei que está no centro da polêmica. A empresa foi acusada de 13 crimes por procuradores norte-americanos, incluindo fraude bancária e espionagem industrial.

O Congresso dos Estados Unidos chegou, inclusive, a proibir agências governamentais de comprarem produtos da Huawei, baseado na Lei de Autorização de Defesa Nacional, por considerar que a empresa serve a espionagem chinesa.

Ao mesmo tempo, o país tem pressionado vários outros a excluírem a Huawei na construção de infraestruturas para redes de 5G.

A empresa tem negado acusações sobre a segurança da sua tecnologia 5G, insistindo que não tem como acessar e controlar qualquer dispositivo sem o conhecimento do utilizador.

A Huawei informou ainda que vai processar o governo dos Estados Unidos por ter proibido a compra dos equipamentos de telecomunicações pelos serviços públicos.

Contudo, em meados deste mês, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Nato), Jens Stoltenberg, disse estar ponderando eventuais ações contra a Huawei, tendo em conta as preocupações de segurança.

O Parlamento Europeu também se mostrou preocupado com a ameaça chinesa no bloco, solicitando à Comissão Europeia que agisse perante possíveis acessos ilegais a dados em equipamentos móveis de 5G.

Nesta semana, o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, pediu aos países da União Europeia que garantam livre concorrência para as empresas chinesas e denunciou tentativas de "afundar" grupos como a Huawei por motivos de segurança. Com informações da Lusa.

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