© Carlos Barria/Reuters
Após 22 meses de investigação, o procurador especial Robert Mueller concluiu relatório sobre a possível interferência russa nas eleições dos Estados Unidos, em 2016. No material, que já foi encaminhado ao Congresso americano, neste domingo (24), ele afirma que o presidente Donald Trump não cometeu o crime de conspiração (ou conluio), mas não o isenta da possibilidade de ter cometido outro crime, o de obstrução de justiça.
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"A investigação do Conselho Especial não descobriu que a campanha de Trump ou qualquer pessoa associada a ela tivesse conspirado com a Rússia ou desenvolvido esforços para influenciar a eleição presidencial dos EUA em 2016", diz parte do texto, citado pela CNN.
O procurador-geral Robert Barr, o primeiro a receber o relatório, na última sexta-feira (22), revelou que a investigação mostra uma "avaliação mista" sobre a questão da obstrução da justiça. "O Conselho Especial declara que, embora este relatório não conclua que o presidente cometeu um crime, também não o exonera'", escreveu.
Em causa podem estar as pressões verbais que Trump exerceu sobre o então secretário da Justiça, Jeff Sessions, e o seu adjunto, Rod Rosenstein, ou ainda por ter demitido o então diretor da polícia federal do país (FBI), James Comey, em maio de 2017.
Já Trump, indica o New York Times, que aguardou o resultado na sua propriedade na Flórida, disse junto dos seus apoiadores que foi vítima de uma tentativa de "golpe".
O presidente também usou suas redes sociais para se pronunciar. "Sem conluio, sem obstrução... inocentado total e completamente. Mantenha a América grande", escreveu.
Ainda de acordo com o jornal, o Conselho Especial tinha ao seu dispor uma série de recursos. A equipe que levou a cargo esta investigação era formada por 40 agentes do FBI, analistas, investigadores forenses e outros funcionários.
Desde a sua nomeação, em maio de 2017, a equipe de Muller emitiu mais de 2.800 intimações, executou quase 500 mandados de busca e inquiriu cerca de 500 testemunhas. Para além disso, fez também pedidos a 13 governos estrangeiros para que fossem fornecidas evidências.
Vale ressaltar ainda que a investigação resultou em 37 réus, incluindo seis associados Trump, 26 russos e três empresas russas. Sete acusados declararam-se culpados e um deles, o ex-presidente da campanha de Trump, Paul Manafort, foi condenado.