© Carlos Barria/Reuters
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Diversos países criticaram nesta terça-feira (26) a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reconhecer a soberania de Israel nas Colinas de Golã, território rico em recursos hídricos tomado da Síria em 1967.
A Arábia Saudita, principal aliada dos EUA na região, afirmou que "tentativas de impor decisões não mudam o estado dos fatos" e alertou que a medida terá "efeitos negativos significativos no processo de paz no Oriente Médio".
A posição é semelhante à da Liga Árabe, que disse que o reconhecimento "não muda o status da zona". A China, por sua vez, reafirmou que as Colinas de Golã são um "território ocupado" e que ações unilaterais podem provocar uma "escalada da tensão".
A Rússia, maior aliada do regime de Bashar al Assad, denunciou "mais uma violação do direito internacional por parte de Washington". Já o presidente do Líbano, Michel Aoun, disse que o Oriente Médio virou "refém" das relações entre Estados Unidos e Rússia.
"O líder de um Estado estrangeiro não tem direito de dispor dos territórios de outro desta maneira", acrescentou. Além disso, os embaixadores nas Nações Unidas (ONU) de cinco países da União Europeia (Alemanha, Bélgica, França, Polônia e Reino Unido) lembraram que a "anexação de um território com uso da força é vetada pelo direito internacional".
Apesar das críticas, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, garantiu que o país "nunca deixará as Colinas de Golã". O reconhecimento da soberania israelense na região foi assinado por Trump na última segunda-feira (25), às vésperas das eleições legislativas de 9 de abril no país judeu.
Acusado de corrupção, Netanyahu deve disputar voto a voto contra a coalizão de centro Azul e Branco. As Colinas de Golã ficam a nordeste de Israel e foram tomadas da Síria em 1967, na Guerra dos Seis Dias, e anexadas em 1981. (ANSA)