Polícia prende fazendeiro suspeito de mandar matar ativista no Pará

Fernando Ferreira Rosa Filho, 43, estaria envolvido em duas chacinas, que deixaram seis mortos

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Justiça Terras 27/03/19 POR Folhapress

FABIANO MAISONNAVE - MANAUS, AM (FOLHAPRESS) - A Polícia Civil do Pará prendeu nesta terça-feira (26) o fazendeiro Fernando Ferreira Rosa Filho, 43, suspeito de ser o mandante de duas chacinas que deixaram seis mortos nos últimos dias em Baião (272 km ao sul de Belém). Um dos assassinados é a coordenadora regional do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), Dilma Ferreira Silva, 45.

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Além do fazendeiro, há mandados de prisão contra quatro irmãos apontados pela polícia como autores da chacina, todos considerados foragidos: Glaucimar Francisco Alves, Alan Alves, Marlon Alves e Cosme Francisco Alves. A reportagem não localizou os advogados de defesa do fazendeiro e dos demais suspeitos pelos crimes.

De acordo com a investigação, os assassinatos da ativista, de seu marido, Claudionor Amaro Costa da Silva, 43, e do amigo Milton Lopes, 38, na madrugada da última sexta-feira (22) foram motivados pelo interesse do fazendeiro em tomar a área onde os três viviam dentro do assentamento Salvador Allende, ligado ao MAB e a outros movimentos sociais. A região está na área de influência da usina de Tucuruí, no rio Tocantins.

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Os três foram mortos na residência do casal com arma branca. Dilma Silva foi encontrada degolada sobre a cama.

Dois dias depois, no domingo (24), os corpos de três funcionários do fazendeiro foram encontrados carbonizados, em um local a 14 km de distância da primeira chacina. Nesse caso, de acordo com as investigações, a motivação foi o pagamento de dívidas trabalhistas.

Segundo a polícia, que criou uma força-tarefa para investigar os crimes, o fazendeiro tem atuação em grilagem e estava construindo uma pista de pouso para o uso do narcotráfico. O suposto mandante também é suspeito de agiotagem, receptação e roubo a banco.

Em entrevista à Folha de S.Paulo, o coordenador nacional do MAB, Iury Paulino, 33, elogiou a rapidez da polícia. Ele disse que as investigações ainda não estão concluídas, mas coincidem com a avaliação do movimento social de que Dilma Silva morreu por causa de sua atuação política.

O dirigente afirmou que, apesar de ameaças constantes aos dirigentes do MAB, a líder assassinada não havia recebido ameaças específicas recentes nem havia solicitado proteção policial.

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