Atiradores de Suzano queriam matar desafetos

Tese da polícia aponta que os assassinos planejaram cometer dois homicídios antes de chegar à escola

© REUTERS/Amanda Perobelli e REUTERS/Ueslei Marcelino

Justiça Massacre 28/03/19 POR Estadao Conteudo

Cada atirador deveria matar um desafeto antes de dar início ao massacre na Escola Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo. Para Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, o alvo seria um vizinho. Já o de G.T.M., de 17 anos: o próprio tio. A série de ataques fazia parte do plano traçado para o último dia 13, quando a dupla promoveu a chacina dentro do colégio.

PUB

Segundo as investigações, um eletricista de 25 anos estaria marcado para morrer após brigar com Luiz Henrique no início deste ano. Na manhã do crime, o atirador chegou a ir atrás dele, mas o possível ataque acabou não acontecendo.

Como eram vizinhos, os dois se conheciam desde a infância. "Luiz Henrique vinha agredindo o próprio pai, pois ele o aconselhava a não fazer 'coisas erradas', tais como gastar dinheiro à toa", relata o homem em depoimento à Polícia Civil, obtido pela reportagem. "O depoente precisou intervir para separar a briga entre Luiz e seu pai, quando precisou agredir Luiz."

Depois disso, o atirador tinha "raiva" do vizinho, segundo o documento. Menos de uma semana antes do massacre, eles se cruzaram, por acaso, em um shopping - G.T.M. também estava no local. "Ambos não falaram com o depoente, apenas balançaram a cabeça quando o viram, em sinal negativo."

+ Acusado de matar Marielle teria jogado armas no mar; Marinha faz buscas

Às 8h10 do dia 13, cerca de 1h30 antes da tragédia na Raul Brasil, Luiz foi até a casa do eletricista e encontrou o portão trancado. O atirador começou a chamá-lo insistentemente. Ele, no entanto, não atendeu à porta e continuou dormindo. Luiz decidiu ir embora.

Familiares do homem relatam que, quando ele soube que o massacre foi promovido por Luiz, ficou "apavorado". Presumindo que também seria um alvo, fez um boletim de ocorrência e deixou a casa onde mora. "Resolveu comparecer nesta delegacia pois tem medo de que haja mais pessoas engajadas (no massacre)", diz o registro.

O depoimento fundamenta a tese da polícia de que os assassinos planejaram cometer dois homicídios antes de chegar à escola, armados com um revólver 38, uma machadinha e uma besta. O segundo ataque, de fato, aconteceu: Jorge Antônio de Moraes, de 51 anos, recebeu três tiros pelas costas, em uma revendedora de carros, a 750 metros de distância do colégio. Segundo testemunhas, o sobrinho dele, G.T.M., foi o responsável pelos disparos, mas Luiz estava do seu lado na execução.

Moraes era o proprietário da agência e empregou o adolescente. Ele também dava conselhos para o sobrinho, segundo pessoas próximas. À polícia, um familiar declarou que G.T.M. foi demitido após "fazer coisas erradas" na revendedora e "ficou revoltado". Depois, chegou a jurar o tio de morte.

+ Vereador baleado em Belford Roxo recebe alta médica

Massacre

Para agentes que atuam no caso, o assassinato de Moraes pode ter evitado que o número de vítimas fosse maior - os primeiros PMs a chegarem à Raul Brasil, na verdade, haviam sido acionados para o caso na agência de carros. Ao todo, sete pessoas morreram no colégio, além dos dois atiradores.

Segundo a investigação, o ataque foi inspirado no massacre de Columbine, nos EUA, que terminou com 15 mortos em 1999 - a meta dos atiradores seria superar esse número. Jogos de videogame e fóruns de ódio na dark web, a parte mais escondida da internet, também teriam influenciado. Um jovem de 17 anos está internado desde a semana passada na Fundação Casa, sob acusação de ajudar no planejamento do atentado. A defesa nega sua participação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

economia Dinheiro Há 9 Horas

Entenda o que muda no salário mínimo, no abono do PIS e no BPC

mundo Estados Unidos Há 10 Horas

Momento em que menino de 8 anos salva colega que engasgava viraliza

fama Patrick Swayze Há 23 Horas

Atriz relembra cena de sexo com Patrick Swayze: "Ele estava bêbado"

brasil Tragédia Há 3 Horas

Sobe para 14 o número desaparecidos após queda de ponte

brasil Tragédia Há 10 Horas

Vereador gravou vídeo na ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira pouco antes de desabamento

tech Aplicativo Há 9 Horas

WhatsApp abandona celulares Android antigos no dia 1 de janeiro

fama Emergência Médica Há 10 Horas

Gusttavo Lima permanece internado e sem previsão de alta, diz assessoria

fama Condenados Há 18 Horas

Famosos que estão na prisão (alguns em prisão perpétua)

brasil Tragédia Há 10 Horas

Mãe de dono da aeronave que caiu em Gramado morreu em acidente com avião da família há 14 anos

fama 80s Há 20 Horas

Os casais mais icônicos dos anos 1980