© Marcos Corrêa/PR
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Um dia depois de afirmar que "tem coisas a resolver" no Ministério da Educação, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o titular da pasta, Ricardo Vélez, é "novo no assunto" e "não tem tato político".
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"Ele tem problemas sim, ele é novo no assunto. Não tem o tato politico, vou conversar com ele e tomar as decisões que tem que tomar", afirmou.
Bolsonaro não respondeu se Vélez permanecerá no cargo, mas disse apenas que não demitiria nenhum de seus auxiliares por telefone.
"Olha, eu estava em São Paulo ontem, estou tomando o pé da situação. Não procede a informação de ontem, que ele teria sido exonerado, jamais iria exonerar alguém por telefone. Já estávamos conversando com outros ministros. É educação, né? Tem que dar certo no Brasil, é um dos ministérios mais importantes", afirmou.
Em entrevista a uma emissora de TV, na quarta-feira (27), Bolsonaro disse que conversaria com Vélez quando voltasse de Israel, para onde embarca no sábado (30).
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"Falo com todos ministros. Quando eu voltar de Israel, tem uma fila de ministros para falar comigo. O ministério que teve algum ruído no passado, sempre a gente busca conciliar e acertar, e estamos continuando nessa linha", disse.
Questionado sobre se Vélez permanecerá no cargo, Bolsonaro respondeu que "não ameaçaria nenhum ministro publicamente".
"Vamos conversar e, se tiver qualquer coisa que não esteja dentro da normalidade, a gente acerta", resumiu.
O processo de desgaste de Ricardo Vélez à frente do Ministério da Educação ganhou força na quarta, após declarações do presidente.
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"Temos que resolver a questão da educação. Realmente não estão dando certo as coisas lá, é um ministério muito importante. Na minha volta da viagem de Israel, eu vou conversar com o Vélez", afirmou o presidente em entrevista à TV Bandeirantes.
Indicado pelo escritor e guru da direita Olavo de Carvalho, o ministro da Educação sofre um período de desgaste desde o primeiro mês de governo.
Em janeiro, o ministro recuou sobre mudanças em edital de compra de livros que suprimia o compromisso com a agenda da não violência contra mulheres e permitia obras sem referências e com erros. Em fevereiro, o MEC enviou carta a escolas com slogan da campanha de Bolsonaro e pedido de filmagem de alunos cantando o hino. O episódio causou grande desgaste e provocou novo recuo.
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Um novo capítulo da crise começou no dia 8 deste mês, com uma dança de cadeiras e críticas de Olavo no Twitter ao ministro e integrantes do MEC.
Nos bastidores do governo, a saída de Vélez é vista como certa, mas auxiliares ponderam que isso não deve acontecer esta semana.