Aeroportos do interior de SP voltarão a ter voos após mais de 10 anos

Os voos serão feitos em Boeings 737 com capacidade para até 138 passageiros e serão concentrados em Guarulhos

© Agência Brasil / Marcelo Camargo

Economia novas rotas 28/03/19 POR Folhapress

RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) - Após mais de uma década operando apenas voos particulares, dois aeroportos no interior de São Paulo voltarão a ter voos regulares no segundo semestre deste ano.Franca (a 400 km de São Paulo) e Barretos (a 423 km da capital) integram uma lista de seis novos destinos regionais que a Gol passará a operar em 2019, segundo anúncio feito nesta quinta-feira (28).

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Os outros são Cascavel (PR), Passo Fundo (RS), Vitória da Conquista (BA) e Sinop (MT).Os destinos foram criados a partir da desoneração fiscal do combustível de aviação no estado, que reduziu a alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) do querosene utilizado para abastecer aviões de 25% para 12%. Nas duas cidades, os voos terão Guarulhos como destino.

Veja também: Latam não descarta oferta pela Avianca 'no futuro'

A redução do ICMS às aéreas teve como pedido de contrapartida do estado o aumento do fluxo de pousos e decolagens nos aeroportos paulistas, especialmente nos destinos sem linhas regulares.

Franca é um dos principais polos calçadistas do país -especializada em sapatos masculinos-, enquanto Barretos tem vocação para a saúde, com o Hospital de Amor (antigo Hospital de Câncer), e para o turismo de entretenimento, com a Festa do Peão de Boiadeiro e outros eventos sediados no Parque do Peão.

Na primeira cidade, o aeroporto teve voos diários para São Paulo até 2008, mas a Passaredo -que operava no município- alegou que a proximidade com o aeroporto Leite Lopes, em Ribeirão Preto, inviabilizava a manutenção da rota.

Já Barretos recebeu pela última vez voos diários em 2005, quando o aeroporto de São José do Rio Preto passou por reformas por cerca de três meses e os voos foram transferidos.Segundo a Gol, com os novos destinos o total de cidades atendidas pela companhia aérea chega a 59 no país.

Os voos serão feitos em Boeings 737 com capacidade para até 138 passageiros e serão concentrados em Guarulhos para permitir conexão rápida com os destinos operados pela companhia.

Os voos para as cidades do interior devem ter início em até seis meses, prazo necessário para que os dois aeroportos passem por adequações nos terminais e na pista para receber os voos regulares.

A frequência projetada pelo estado é de três a cinco vezes por semana em cada localidade. Cascavel, Vitória da Conquista e Passo Fundo deverão iniciar em agosto, com duas operações diretas e diárias cada. Sinop terá um voo diário a partir de novembro.

"Finalmente teremos voos regulares em nosso aeroporto. Colocar o aeroporto Chafei Amsei para receber voos regulares é o primeiro passo para o processo de privatização que vai garantir que a nossa Barretos entre, definitivamente, no roteiro comercial das grandes companhias aéreas", disse o prefeito de Barretos, Guilherme Ávila (PSDB), após o anúncio.

Por meio da assessoria do governo, o secretário Marco Vinholi (Desenvolvimento Regional) afirmou que os novos voos fazem justiça à importância econômica e social das duas cidades.

"Agora, precisamos trabalhar juntos para criar o hábito do transporte aéreo nas comunidades desses municípios, bem como em seus entornos", disse.A desoneração, conforme o governo, será compensada pelo impacto econômico dos novos voos -são esperados 70, com 490 partidas semanais.

INTERNACIONALIZAÇÃO

Além dos voos comerciais em Franca e Barretos, outra cidade do interior de São Paulo viu seu aeroporto ganhar importância na última semana.

No dia 21, o aeroporto de São Carlos (a 232 km de São Paulo) recebeu seu primeiro voo internacional com destino ao centro de manutenção de aeronaves da Latam que funciona no local.

O Airbus A-319 partiu do Equador e, ao contrário do que ocorria até então, foi direto para o interior, sem precisar fazer paradas em outros aeroportos internacionais do país.

A internacionalização teve como objetivo justamente atender a demanda de aviões que buscam o centro de manutenções, reduzindo o tempo de espera em solo brasileiro de dois dias para meio dia.

O aeroporto de São Carlos não tem voos regulares de passageiros desde 2007, quando a extinta OceanAir oferecia rotas para São Paulo e Brasília.

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