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O Presidente da Argélia, Abdelaziz Bouteflika, vai renunciar ao poder antes do fim constitucional do seu mandato, a 28 de abril, anunciou nesta segunda-feira (1º) a Presidência argelina, num comunicado citado pela agência de notícias estatal APS.
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O chefe de Estado argelino irá tomar "medidas para garantir a continuidade do funcionamento das instituições do Estado durante o período de transição", indicou a nota, precisando que a renúncia "ocorrerá antes de 28 de abril de 2019".
O comunicado presidencial não revelou, no entanto, a data concreta da renúncia, nem quais serão as "decisões importantes" que serão tomadas por Abdelaziz Bouteflika.
Desde o fim de fevereiro, a Argélia tem sido palco de várias manifestações que foram inicialmente convocadas contra a candidatura a um quinto mandato de Bouteflika, de 82 anos e debilitado devido a um AVC em 2013.
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Face a uma contestação popular inédita desde a sua eleição para a chefia do Estado há 20 anos, Bouteflika renunciou em 11 de março a disputar um quinto mandato presidencial, mas propôs um plano alternativo.
Abdelaziz Bouteflika decidiu então prolongar o atual mandato ao adiar as eleições 'sine die' até que fosse realizada uma "Conferência Nacional", que deveria elaborar uma nova Constituição.
As eleições presidenciais na Argélia estavam inicialmente previstas para 18 de abril.
Tanto a oposição como a sociedade civil argelinas rejeitaram este plano, argumentando que ele permitia que Bouteflika se mantivesse no poder sem eleições, além do final constitucional do seu mandato em 28 de abril.
O plano também foi rejeitado de forma categórica pelos manifestantes nas ruas, cuja mobilização não enfraqueceu nas últimas semanas.
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Abdelaziz Bouteflika ficou ainda mais isolado nos últimos dias quando o chefe do Estado-Maior do exército argelino e até à data um aliado do líder argelino, o general Ahmed Gaid Salah, pediu que o presidente fosse declarado inapto para exercer as suas funções devido à sua "doença grave e duradoura".
Segundo a Constituição argelina, a partir do momento que a renúncia de Bouteflika seja formalizada, será o presidente do Conselho da Nação, Abdelkader Bensalah, de 77 anos, que irá assegurar a Presidência interina durante um período máximo de 90 dias durante o qual serão organizadas eleições presidenciais. Com informações da Lusa.