Polícia paraguaia investiga ação do PCC em atentado na fronteira

Ataque deixou dois mortos e dois feridos, no último dia 27, em Pedro Juan Caballero

© iStok

Mundo Cerco 03/04/19 POR Estadao Conteudo

A polícia paraguaia investiga se a facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC) executou o ataque à pista de motocross que causou a morte do médico Sandro Abel Arredondo Lugo, de 45 anos, no último dia 27, em Pedro Juan Caballero, na fronteira com o Brasil. O atentado, que matou também um segurança e deixou duas pessoas feridas à bala, é mais um episódio na guerra entre facções brasileiras para o controle do tráfico na fronteira. O alvo dos criminosos, o piloto Fernando Olmedo Calonga, foi atingido por dois tiros, mas sobreviveu. Os 12 pistoleiros mascarados, que chegaram em quatro caminhonetes, teriam fugido para o Brasil.

PUB

Inicialmente, autoridades paraguaias suspeitaram de que a ordem para matar o piloto tivesse partido de seguidores do brasileiro Jarvis Chimenes Pavão, ligado ao Comando Vermelho (CV), que foi preso e extraditado para o Brasil. Nesta segunda-feira, 1, resultados da perícia no local revelaram que os pistoleiros utilizaram armas com grande poder de fogo, normalmente usadas em ações criminosas da facção paulista.

+ Ataque em escola primária na China deixa mortos e feridos

De acordo com o Gustavo Molina, chefe da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad), tudo indica o envolvimento de facções brasileiras, mas ainda é cedo para apontar quem foi responsável pelo ataque. "Está muito confuso, mas não vai tardar para que os suspeitos sejam presos", disse.

Munições

Munições de fuzil e arma carregadas no Paraguai foram apreendidas pela PRF, já no Rio; arsenal seria entregue no Complexo da Maré Foto: PRF/Divulgação

Calonga trabalhou como piloto para George Rafaat, executado em 2016, numa ação planejada por Pavão, mas que envolveu também o PCC. Rafaat controlava o tráfico na fronteira e era tido com obstáculo à expansão dos negócios das facções. Depois da morte do chefe, as duas facções se tornaram rivais e o piloto teria prestado serviços para Pavão. Há quatro anos, ele foi alvo de um atentado, mas também sobreviveu após levar dois tiros na cabeça.

Conforme a investigação, o médico Sandro Arredondo, diretor de medicina da Universidade Central do Paraguai, foi vítima da guerra pelo controle do tráfico na fronteira. Ele foi atingido porque estava próximo do piloto, alvo dos atiradores. Os dois assistiam à corrida dos filhos, que disputavam uma prova de motocross. O secretário de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul, Antonio Carlos Videira, disse que a pista fica quase na linha de fronteira e não descarta uma ação do PCC. "Nosso pessoal de inteligência está em contato com a polícia paraguaia, trabalhando em conjunto", afirmou. Até a tarde desta segunda-feira, nenhum suspeito tinha sido preso.

Sem controle

Só este ano, até o fim de março, 28 pessoas foram assassinadas em Pedro Juan Caballero, segundo o Ministério do Interior paraguaio. Na cidade-gêmea brasileira, Ponta Porã, morreram 8 pessoas, o que é equivalente a um homicídio a cada 2,8 dias naquela porção da fronteira. Segundo Videira, quando Fahd Jamil e George Rafaat controlavam o tráfico na região, os assassinatos e execuções ficavam no âmbito da criminalidade. Com a morte ou prisão desses líderes, o comando do crime na fronteira ficou acéfalo, dando início a uma disputa sangrenta pelo poder, incluindo as facções brasileiras.

Depois do ataque à pista de motocross, um novo atentado aconteceu na noite de sábado, 30, no lado brasileiro, em Ponta Porã. Homens armados com fuzis e pistolas entraram atirando numa arena de futebol social. Havia muita gente no local, mas só uma pessoa ficou ferida. A polícia encontrou cápsulas de pistola 9 mm e fuzil HK-47.

Na quinta-feira, 28, o alvo foi o funcionário de um cartório, que sobreviveu após ser atingido por vários tiros, também em Ponta Porã. Ele foi preso e está sob escolta em hospital após terem sido encontradas armas e drogas em sua casa. No dia 24 de março, um homem ligado a uma facção que age no nordeste brasileiro foi executado com mais de 20 tiros, no lado brasileiro da fronteira. A vítima, Alan Fernandes de Souza, usava nome e documentos falsos.

Munição

Em meio à guerra, as rotas de tráfico e contrabando continuam operando na fronteira. Neste domingo, 31, um carregamento com 3.060 munições para fuzis de calibres 7,62 e 5,56 mm e uma pistola calibre 9 mm de fabricação israelense foi apreendido pela Polícia Rodoviária Federal no fundo falso de uma caminhonete, na BR-040, em Três Rios (RJ). O motorista contou que a carga era proveniente do Paraguai. As munições e a arma foram carregadas em Guaíra (PR), na fronteira com o país vizinho, e seria entregue no Complexo da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro. O condutor, de 58 anos, foi preso.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Luto Há 17 Horas

Morre o cantor Agnaldo Rayol, aos 86 anos

esporte Peru Há 19 Horas

Tragédia no Peru: relâmpago mata jogador e fere quatro durante jogo

mundo Loteria Há 19 Horas

Homem fica milionário depois de se esquecer do almoço em casa: "Surpreso"

fama Televisão Há 18 Horas

'Pensava que ia me aposentar lá', diz Cléber Machado sobre demissão da Globo

politica Tensão Há 20 Horas

Marçal manda Bolsonaro 'cuidar da vida' e diz que o 'pau vai quebrar' se críticas continuarem

lifestyle Alívio Há 20 Horas

Três chás que evitam gases e melhoram a digestão

fama Luto Há 20 Horas

Morre o lendário produtor musical Quincy Jones, aos 91 anos

fama Saúde Há 19 Horas

James van der Beek, de 'Dawson's Creek', afirma estar com câncer colorretal

tech WhatsApp Há 20 Horas

WhatsApp recebe novidade que vai mudar forma como usa o aplicativo

mundo Catástrofe Há 18 Horas

Sobe para 10 o número de mortos após erupção de vulcão na Indonésia