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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A primeira reunião entre a primeira-ministra britânica, Theresa May e o líder da oposição, Jeremy Corbyn, para debater os próximos passos da saída do Reino Unido da União Europeia terminou de maneira inconclusiva nesta quarta-feira (3), mas os dois lados confirmaram que as conversas vão continuar.
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Na noite desta segunda (1º), o Parlamento britânico rejeitou, pela segunda vez em cinco dias, todas as propostas alternativas ao acordo de separação defendido pela primeira-ministra Theresa May, ele mesmo já rechaçado três vezes. Na semana anterior, os parlamentares já tinham rejeitado outras nove alternativas.
Com a indefinição, May convidou na terça (2) Corbyn para a mesa de negociações, para que os dois consigam elaborar uma proposta conjunta que consiga os votos da maioria da Casa.
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Ao sair da reunião nesta quarta, o opositor afirmou que os dois lados ainda estão distantes de chegar a um acordo. "Não houve tantos avanços como gostaríamos. O encontro foi útil, porém inconclusivo", disse Corbyn.
Já do lado do governo, um porta voz de May classificou a reunião como construtiva. Os dois líderes devem voltar a se encontrar nesta quinta (3).
A primeira-ministra não definiu um prazo para que as negociações com a oposição sejam concluídas.
Na terça, ela anunciou que pedirá à UE um novo adiamento do desligamento britânico do bloco, mas sem estabelecer uma nova data para a saída. Ela sublinhou, apenas, que espera que o brexit aconteça antes de 22 de maio, para evitar que o Reino Unido tenha de participar das eleições para o Parlamento Europeu, que começam nesse dia.
Pelos termos acordados com o Conselho Europeu (colegiado de presidentes e primeiros-ministros do continente) em 21 de março, Londres teria até 22 de maio para se desligar da UE, desde que o acordo de "divórcio" fosse aprovado pelo Parlamento britânico até 29 de março (data original do adeus), o que não aconteceu.
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Diante disso, a nova data-limite passou a ser 12 de abril, o que Londres tenta rever. O Conselho Europeu realizará uma cúpula de emergência no próximo dia 10 para debater o pedido por um novo adiamento, mas os líderes europeus já indicaram que até lá gostariam que May e Corbyn já tenham chegado a um acordo.
Caso isso não ocorra, o Reino Unido pode ser obrigado a pedir um adiamento mais longo -até o final do ano- ou a realizar um brexit sem acordo (o chamado "no deal"), o que poderia prejudicar a economia britânica.