Mercado reage mal à fala de Guedes, e Bolsa recua a 94 mil pontos

O dólar também inverteu o sinal e encerrou em alta após quatro pregões de baixa

© Reuters / Paulo Whitaker

Economia dinheiro 03/04/19 POR JÚLIA MOURA, para Folhapress

JÚLIA MOURA - SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O mercado reagiu mal à ida do ministro da Economia, Paulo Guedes, à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara nesta quarta-feira (3). A Bolsa, que vinha em alta até o começo da tarde, virou e fechou em queda. O dólar também inverteu o sinal e encerrou em alta após quatro pregões de baixa.

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Durante a sessão, Guedes entrou em um bate-boca com a oposição, levando o presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR), a pedir decoro de ambas as partes. A tensão da audiência é um fator preocupante para o mercado, já que o ministro é o principal articulador da reforma no Congresso.

Outro receio é que a reforma aprovada seja muito desidratada. O ministro sinalizou que o BPC (benefício pago a idosos carentes) pode ser opcional, como havia sido discutido e apoiado na véspera pelo secretário da Previdência, Rogério Marinho.

CCJ encerra sessão após Guedes ser chamado de 'tchutchuca' por deputado

Além disso, Guedes afirmou que o sistema de capitalização não será lançado caso a economia alcançada pela reforma seja de R$ 500 bilhões ou menos.

A proposta inicial de reforma prevê economia de R$ 1,1 trilhão em dez anos, mas desde que cresceu o atrito entre o governo Jair Bolsonaro (PSL) e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o mercado passou a questionar a viabilidade do corte.

A Bolsa saiu dos 100 mil pontos e recuou à mínima de 91 mil pontos com o agravamento da crise.

Foi o bate-boca entre os dois políticos, que elevou a tensão entre o Executivo e o Congresso, o responsável por adiar em uma semana a presença de Guedes na CCJ. Naquele dia, o mercado minimizou a ausência por considerar que os atritos do ministro com parlamentares seriam ainda maiores.

Nesta quarta, o Ibovespa, principal índice acionário do país, encerrou em queda de 0,94%, a 94.491 pontos. Na máxima, a Bolsa atingiu 96.442 pontos; a mínima foi de 94.124 pontos. O giro financeiro caiu para R$ 13,962 bilhões.

"O mercado azedou o humor rapidamente ao perceber que pode ser muito mais difícil aprovar o projeto do jeito que o governo quer. Perdeu-se a convicção de que a aprovação da reforma é apenas uma questão de tempo", diz Alexandre Espírito Santo, economista-chefe da corretora Órama.

A audiência da CCJ tinha duração prevista de seis a oito horas. Na primeira metade da sessão, apenas deputados da oposição endereçaram questões ao ministro, justamente o período em que a Bolsa estava aberta.

"O mercado está achando que o ministro está apanhando muito, mas até o momento [por volta das 16h] só a oposição falou, batendo muito na capitalização, no BPC e na aposentadoria rural. Já estamos cientes que estes aspectos da reforma não vão passar", afirma Victor Candido, economista-chefe da Guide.

A corretora projetou uma economia de R$ 676 bilhões para os próximos dez anos, em uma das estimativas mais conservadoras do mercado, que ainda conta redução de R$ 700 bilhões.

O dólar também reagiu à incerteza e avançou 0,54%, cotado a R$ 3,8790.

No exterior, o dia foi de ganhos, com o avanço das discussões que devem por fim à guerra comercial travada há mais de um ano entre Estados Unidos e China.

O assessor econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, disse nesta quarta que as conversas entre os dois países avançaram e que há expectativa de que ambos cheguem perto de um acordo até o fim desta semana.

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