Kassab afirma que PSD não fechará questão a favor da Previdência

Bolsonaro e Kassab se reuniram nesta quinta-feira (4) no Palácio do Planalto, na série de encontros que o presidente marcou com dirigentes partidários para melhorar a relação com o Congresso

© Marcos Corrêa/PR

Economia Reforma 04/04/19 POR Folhapress

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ex-ministro Gilberto Kassab, dirigente do PSD, afirmou que Jair Bolsonaro (PSL) não ofereceu cargos e espaço no governo em troca de apoio à reforma da Previdência. "Seria até uma agressão isso", rechaçou.

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Bolsonaro e Kassab se reuniram nesta quinta-feira (4) no Palácio do Planalto, na série de encontros que o presidente marcou com dirigentes partidários para melhorar a relação com o Congresso. Segundo o presidente do PSD, Bolsonaro não fez um convite formal para que o partido integre a base aliada nem para que feche questão a favor da reforma.

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"O partido tem uma posição muito clara em relação à sua independência em relação ao governo e essa posição continuará", disse Kassab na saída. 

"O presidente pediu apoio para as reformas e nós sabemos que elas são importantes para o país. Existe o engajamento do partido, mas ficou claro que o partido não fechará questão", completou.Kassab afirmou que é tradição do PSD preservar a independência de seus congressistas. O dirigente disse que é preciso dialogar, mesmo depois de Bolsonaro ter dito na campanha de 2018 que o centrão, grupo de partidos que na eleição apoiou Geraldo Alckmin (PSDB), é "a nata do que há de pior no Brasil".

"Na vida pública, aqueles que levarem em consideração tudo o que é falado em campanha acabam ficando sozinhos", respondeu. Presente na reunião, o líder do PSD no Senado, Otto Alencar (BA), relatou ter defendido a Bolsonaro que o quadro econômico não pode ser prejudicado por "questões de ordem ideológica", como a discussão sobre a ditadura militar e a definição do nazismo."Não pode ficar discutindo apenas questões de direita e de esquerda.

Isso não produz nada para o Brasil", disse.No encontro, o senador disse ainda que é negativo para o Palácio do Planalto adotar uma postura de beligerância com o Poder Legislativo."É necessário desemperrar projetos dos setores elétrico e de telecomunicações, temas que não têm nenhum viés político ou ideológico", afirmou.

Segundo ele, Bolsonaro disse que, após a aprovação da reforma previdenciária, apresentará uma proposta de simplificação do sistema tributário.Na mesma linha de Kassab, o senador disse que o presidente não ofereceu ao partido cargos no Poder Executivo e não pediu que a sigla faça parte da base aliada.

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