Bolsa sobe quase 2% com articulação de Bolsonaro pela Previdência

O movimento de sobe e desce em intervalos relativamente estreitos é típico de períodos de indefinição

© Reuters

Economia mercado 04/04/19 POR Folhapress

TÁSSIA KASTNER E JÚLIA MOURA - SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Após a queda da véspera, a Bolsa brasileira voltou a operar no azul, com alta de quase 2%, nesta quinta-feira (4), seguindo o noticiário da Previdência e algum otimismo externo com o possível fim da guerra comercial travada entre Estados Unidos e China. O dólar recuou.

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Nesta quinta, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) recebeu líderes partidários em um primeiro movimento de articulação política pela reforma. Os encontros ocorrem após bate-bocas entre Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) sobre a responsabilidade pela formação da base aliada para aprovação do projeto.

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Já a notícia negativa, que de a regra de transição da reforma poderá ser abrandada pelo Congresso, reconhecida pelo secretário da Previdência, Rogério Marinho, foi ignorada pelo mercado.

A movimentação do Planalto foi bem recebida pelo mercado, e o Ibovespa subiu 1,93%, a 96.313 pontos.

Faz uma semana que a Bolsa oscila ao redor dos 95 mil pontos: quando cai abaixo desse patamar, investidores voltam a comprar e ela se recupera; acima dos 96 mil pontos, há venda.

O movimento de sobe e desce em intervalos relativamente estreitos é típico de períodos de indefinição, como ocorre agora em que a mudança nas regras da aposentadoria concentra as atenções dos investidores.

Nesse cenário, qualquer notícia pode ser usada como motivo para alta ou queda da Bolsa. É o que ocorreu na quarta, quando a participação de Paulo Guedes na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara foi considerada ruim pelas brigas com a oposição, levando à queda na Bolsa. Um dia depois, o episódio era lido de outra forma.

"A sessão de ontem [quarta] não foi definitiva para a reforma. O mais importante são os encontros do presidente Jair Bolsonaro (PSL) com líderes do PSDB, DEM, PP, PSD e PRB hoje [quinta], o que mostra a disposição em colaborar para a aprovação da reforma", afirma Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Nova Futura Investimentos.

O giro financeiro foi R$ 13,192 bilhões, abaixo da média diária do ano, que ronda os R$ 16 bilhões. Outro indicativo que investidores estão se afastando do mercado no período de indefinição.

No exterior, o dia também foi mais fraco em volume financeiro, enquanto investidores aguardam um acordo comercial entre Estados Unidos e China. Os principais índices terminaram sem direção única.

O dólar recuou 0,51%, a R$ 3,8590. O comportamento do real destoou das demais moedas emergentes: de uma cesta de 24 divisas, 17 perderam valor ante a moeda americana nesta quinta.

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