Bolsonaro confirma visita a países árabes no início do segundo semestre

"Já tive encontro com vários deles (comunidade árabe). Eu vou escolher dois ou três países para a gente fazer uma visita. Não existe esse afastamento nosso", disse

© Marcos Corrêa/PR

Política Diplomacia 05/04/19 POR Estadao Conteudo

Após mal-estar provocado pela viagem a Israel, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que deve visitar países árabes no início do segundo semestre deste ano. Em coletiva de imprensa, ele também afirmou que quer ampliar os negócios com a comunidade árabe e que "não quer problema" com a Palestina.

PUB

"(A viagem será) no começo do segundo semestre. Já tive encontro com vários deles (comunidade árabe). Eu vou escolher dois ou três países para a gente fazer uma visita. Não existe esse afastamento nosso. O Brasil é um país que tem gente do mundo todo. E em qualquer país que eu vá tem gente do Brasil também", disse o presidente.

Questionado sobre o incômodo gerado pelo anúncio da criação de um escritório de negócios em Jerusalém, Bolsonaro disse que "não quer problema com a Palestina". Esta semana, um dos filhos do presidente também gerou mal-estar ao fazer uma publicação contra o grupo islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza.

"Eu não quero problema com a Palestina, o povo palestino é maravilhoso. Uma parte deles trabalha em Israel, escondidos até (...) A Comunidade árabe no Brasil é grande, alguns votaram em mim. Vamos continuar a fazer negócios com eles, vamos ampliar. Quero fazer negócio com mundo todo", declarou Bolsonaro.

+ 'Não existem olavetes contra militares', diz Bolsonaro

Em cenário hipotético, Bolsonaro disse que, se o Brasil não tivesse relações diplomáticas com Israel e decidisse abrir uma embaixada hoje, seria em Jerusalém, e não em Tel Aviv. A mudança da embaixada era uma promessa de campanha do presidente, mas, por ora, ele recuou da ideia para não prejudicar as relações com países árabes. "Cada país decide onde é a sua capital. Nós não nos metemos em questões internas de país nenhum. É uma decisão nossa onde colocar a embaixada", justificou.

Ele disse que a criação do escritório de negócios é "um passo", assim como posicionamentos na Organização das Nações Unidas (ONU) a favor de Israel. "Não estamos mais votando seguindo a tradição de votar pró-palestina. Agora a Palestina passou a ser símbolo disso, com Hamas e Fatah lá dentro. Eu não quero problema com a Palestina, o povo palestino é maravilhoso", disse.

Ainda sobre a política externa, citou o Mercosul como exemplo e disse que o bloco "está respirando melhor", mas que antes da sua gestão "estava respirando por aparelhos, na UTI". Ele insinuou que a França está dificultando o fechamento do acordo entre Mercosul e Europa por interesses próprios. Segundo ele, a França está controlando o assunto porque tem interesse em commodities, mas demonstrou interesse na assinatura do acordo.

+ Lula presta depoimento durante duas horas na sede da Polícia Federal

Viagem

Esta semana, o governo tenta reduzir os danos com a comunidade árabe e evitar que a viagem a Israel e as recentes polêmicas de Bolsonaro e seus filhos atrapalhem os negócios com esses países, principalmente no setor do agronegócio.

Ontem, Bolsonaro já havia falado que o Brasil deve potencializar negócios com os países árabes na próxima semana. "Nós queremos ampliar negócios com o mundo todo, assim como Estados Unidos, estivemos no Chile, Israel, com a comunidade árabe também. Temos viagem marcada para a China no corrente ano, se Deus quiser", disse durante transmissão ao vivo no Facebook.

Bolsonaro teve uma reunião na tarde desta quinta-feira, 4, com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, após manifestações de descontentamento de ruralistas em relação à diplomacia do governo.

A reclamação é principalmente sobre tuite feito pelo senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), que publicou uma resposta ao grupo islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza. "Quero que vocês se explodam!", tuitou o senador na terça-feira. Diante da repercussão negativa, Flávio excluiu a publicação.

A reação inflamada do senador teve origem nas críticas do grupo Hamas, considerado terrorista por Estados Unidos e Israel, ao presidente Bolsonaro, que visitou o Muro das Lamentações em Jerusalém, local considerado sagrado pelo judaísmo.

Ruralistas também temem que os acenos de Bolsonaro a Israel prejudiquem as relações comerciais do Brasil com os países árabes, que são alguns dos principais importadores da produção de proteína animal brasileira.

+ 'Não teremos horário de verão neste ano', afirma Bolsonaro

No último domingo, Bolsonaro anunciou a abertura de um escritório de negócios do Brasil em Jerusalém. A cidade é considerada sagrada por cristãos, judeus e muçulmanos e não é reconhecida internacionalmente como capital israelense. O anúncio seria um meio-termo diante da promessa de campanha do presidente de transferir a embaixada em Israel de Tel Aviv para Jerusalém.

Ataques por parte do governo à China também já trouxeram preocupação ao setor. Os asiáticos são os principais compradores de soja, o principal produto exportado pelo setor agropecuário do Brasil. Com informações do Estadão Conteúdo. 

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Luto Há 22 Horas

Morre o cantor Agnaldo Rayol, aos 86 anos

fama Televisão Há 23 Horas

'Pensava que ia me aposentar lá', diz Cléber Machado sobre demissão da Globo

mundo Catástrofe Há 23 Horas

Sobe para 10 o número de mortos após erupção de vulcão na Indonésia

fama Óbito Há 18 Horas

Detalhes sobre o funeral de Liam Payne são divulgados

fama Mortes Há 21 Horas

Todos os famosos que morreram em 2024 e alguns você nem lembrava

justica Desvio Há 23 Horas

Funcionário de empresa confessa desvio de R$ 500 mil para apostar no Jogo do Tigrinho

mundo Uganda Há 18 Horas

Raio cai em igreja e mata 14 pessoas durante culto em Uganda

fama Maternidade Há 23 Horas

Nasce primeiro filho de atriz Margot Robbie, diz revista

fama Cantora Há 20 Horas

Rihanna diz que torcia pela seleção brasileira e era fã de Ronaldinho Gaúcho

mundo Estados Unidos Há 23 Horas

Trump sinaliza apoio à ideia de tirar flúor da água, se eleito presidente dos EUA