© Reuters
O Ministério do Esporte do Chile confirmou que o país desistiu de sediar parte do Rally Dakar em 2016. A decisão já era esperada por conta do alto valor exigido pela organização, quantia essa não disponível pelos chilenos, que concentram esforços para reparar os danos causados por uma catástrofe natural.
PUB
O governo decidiu não investir os cerca de US$ 7 milhões de dólares para que a prova passasse pelo território chileno. Isso porque o país tem direcionado boa parte de seus recursos para tarefas de reconstrução das inundações simultâneas ocorridas em março, que devastaram o norte do Chile e deixaram 18 mortos, além de dezenas de feridos e milhares de desabrigados.
De acordo com a estimativa do governo, cerca de US$ 1,5 bilhão terá que ser investido para reparar os estragos causados em três regiões do norte do país, as mais atingidas pelas chuvas. Copiapó, uma das principais cidades da região e por onde passou o rali no ano passado, foi uma das zonas mais afetadas pelas inundações.
A ministra do Esporte chileno, Natália Riffo, comentou que a determinação "se ajusta à realidade que vivem hoje nossos compatriotas do norte. Por consequência, nossa preocupação imediata como governo é levantar as cidades afetadas e encaminhar os recursos para as pessoas que mais necessitam".
Em 2015, o governo já havia tido dificuldades financeiras e pagou "somente" cerca de US$ 4 milhões para receber a prova. Isto após chegar a um acordo com a organização, que entendeu as prioridades do país, já que na época os chilenos também se recuperavam de um desastre natural: o terremoto ocorrido em Iquique em 2014.
A magnitude da catástrofe ocorrida no Atacama, no entanto, foi bem maior, o que impossibilitou a organização da prova no país. O Rally Dakar acontece na América do Sul desde 2009, após deixar a África por problemas de segurança. Em 2015, passou por Argentina, Chile e Bolívia. Após a desistência dos chilenos, a organização ainda não se manifestou sobre o traçado de 2016.
Com informações do Conteúdo Estadão.