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É um dia comum: seu filho acorda, faz as mesmas atividades, mas, de repente, sente uma dor de cabeça repentina, e, sem ter náuseas, passa mal com vômito que não tem razão aparente e não cessa. Estes e outros sintomas podem indicar um tumor cerebral chamado craniofaringioma, uma doença grave mais comum em crianças quando comparada aos adultos.
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O que é o craniofaringioma?
De acordo com o neurocirurgião Dr. Mariano Ebram Fiore, é um tumor benigno que acontece no sistema nervoso central e que se desenvolve ao redor ou na sela turca (lugar em que está a hipófise). Eles podem ocorrer em qualquer idade, sendo que na infância representam até 13% dos tumores intracranianos. “Os craniofaringiomas não são descobertos até que comprimam estruturas cerebrais importantes, por isso, quando detectados, infelizmente, já estão grandes demais”, alega.
Distribuição pelo mundo
Estima-se que por se tratar de uma doença incomum, seus números são de até 2,5 casos novos por ano em um milhão de habitantes, e em crianças apresenta-se com cinco novos casos por ano em um milhão de habitantes. Porém, pode variar em porcentagem na Geografia Mundial, atingindo seus maiores percentuais na China e menores índices na Austrália.
Ele pode se manifestar como?
Além da cefaleia e das alterações visuais, que podem atingir 80% das crianças e adultos, outros sinais podem aparecer como vômitos, alteração de crescimento (em crianças), atraso de puberdade, alteração na pressão arterial, ganho de peso, diabetes insipidus, alterações de humor, alterações do ciclo menstrual, entre outros. Segundo Fiore, o quanto antes esses sinais forem percebidos, melhores serão as chances de tratamento. “É preciso ficar atento a estes sinais para um diagnóstico antecipado e o correto tratamento para cada caso. A cefaleia, por exemplo, que aparece na maioria dos casos, pode acontecer devido ao aumento da pressão intracraniana e acompanhada por vômitos”, destaca.
Tratamento
Os tumores podem ser tratados separadamente ou de forma combinada entre cirurgia, radioterapia e, dependendo do caso, combinando com a quimioterapia. Quando feita a remoção cirúrgica, procura-se preservar as funções da hipófise. “Devemos sempre respeitar a individualidade da doença, ou seja, optamos pela melhor conduta naquele indivíduo”, diz Fiore.
Sobre as técnicas cirúrgicas atuais, podemos destacar a grande contribuição que tivemos nas últimas duas décadas com o desenvolvimento da cirurgia endoscópica da base do crânio, que fortaleceu nosso armamentário de combate a este tipo de tumor.