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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Na era da indústria 4.0, em que as tecnologias permitem a integração dos mundos físico e digital e os empregos formais diminuem, aumenta o espaço para a atuação em múltiplas frentes. Profissionais com competências diversificadas podem trabalhar em diferentes projetos.
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"É o fenômeno das carreiras múltiplas. A pessoa tem uma formação inicial e vai desenvolvendo competências, de forma a expandir suas possibilidades de atuação", diz Marcia Vazquez, gestora de capital humano na Thomas Case & Associados, consultoria de gestão de carreiras.
Isso pode ser feito de diversas formas: por meio de pós-graduação, cursos livres, programas de coaching e até via participação em grupos de estudo e profissionais.
O neurocientista Gabriel Camargo de Carvalho, 27, já esteve em três frentes distintas de carreira. Enquanto cursava a graduação, na Universidade Federal do ABC, foi trainee em um estúdio de comunicação, onde exercia a função de produtor criativo.
Posteriormente, ainda na mesma empresa, enveredou para a área de ciência de dados. "Percebi uma demanda para medição e gestão de dados e, de certa maneira, minha formação me dava as condições para isso", diz ele.
Hoje, Carvalho empreende e é cofundador de uma startup, a Labora, onde desenvolve uma plataforma para conectar pessoas acima de 50 anos a posições de trabalho que envolvem tecnologia.
Alexandre Attauah, gerente sênior de recrutamento da Robert Half, lembra que o fenômeno das carreiras múltiplas também compreende a realização de duas ou mais atividades de forma paralela.
"Vejo um movimento em que as pessoas começam a tomar coragem para transformar um hobby em profissão. Tem um componente de realização pessoal, mas também de ajuda financeira", diz.
É o caso do engenheiro Danilo Piccolo, 38. Diretor de uma empresa que desenvolve projetos de engenharia industrial, ele também atua como professor universitário.
"Consigo praticar os conceitos que eu ensino e trazer da prática experiências a serem divididas com os alunos."
Ao exercer várias carreiras, o profissional fica mais interessante para o mercado, porque sinaliza criatividade e a possibilidade de contribuir com mais empresas, diz Vazquez. "O RH hoje recruta olhando para um ambiente em constante mudança, e precisa trazer pessoas para funções que ainda nem sabemos quais são", afirma.