©  REUTERS/Las Vegas Sun/Steve Marcus
O título de supercampeão dos meio-médios da Associação Mundial de Boxe foi o que menos agregou à carreira do filipino Manny Pacquiao, neste sábado, após vencer o norte-americano Keith Thurman, por pontos, depois de 12 eletrizantes assaltos, no ringue do MGM Hotel, em Las Vegas.
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Aos 40 anos, Pacman derrotou um adversário dez anos mais jovem, forte, invicto com uma atuação soberba e que só deixou dúvidas para o jurado Glenn Feldman, que apontou inexplicáveis 114 a 113 para Thurman. Tim Cheatham e Dave Moretti indicaram 115 a 112 para Pacman.
Com a vitória, Pacquiao poderá lutar com o britânico Amir Khan, na Arábia Saudita, em 8 de novembro, enquanto aguarda o vencedor do duelo entre os norte-americanos Errol Spence Jr. e Shawn Porter, dia 28 de setembro, em Los Angeles. Independentemente de seu futuro, a vitória, com certeza, coloca o lutador das Filipinas entre os maiores de todos os tempos da nobre arte.
A estrela filipina somou a 62ª vitória em 73 lutas e ganhou US$ 10 milhões de bolsa, além de uma porcentagem na venda do pay per view. Thurman, que perdeu pela primeira vez, ficou com US$ 2,5 milhões.
Com uma velocidade e coragem que marcaram seus 24 anos de carreira profissional, Pacquiao partiu para o ataque desde o primeiro gongo. Em um desses avanços, acertou uma bela combinação, ao desferir uma esquerda na linha de cintura e a direita no rosto do rival, que foi à lona, mas levantou.
No segundo assalto, Thurman tentou devolver o ataque, mas não achou a distância correta e se expôs ao contra-golpe. No terceiro, Pacquiao usou muito bem os jabs e quando foi encurralado nas cordas soube irritar o adversário ao chamá-lo para a briga.
Sempre mudando a tática, Pacquiao concentrou seu ataque na linha de cintura no quarto assalto. Thurman buscou a luta no corpo a corpo, mas o asiático apresentou um jogo de pernas impecável. O americano só foi se encontrar no ringue no quinto assalto, mas mesmo assim recebeu um forte golpe que fez seu nariz sangrar bastante.
Mesmo sangrando muito, Thurman ganhou o sexto assalto e atuou bem no sétimo, ao acertar pelo menos quatro golpes fortes. No oitavo assalto, Thurman jogou no contra-ataque. Pacquiao aceitou o desafio e no fim dos três minutos conectou dois bons golpes.
Thurman se posicionou bem nos contra-ataques no nono round e venceu mais um. Pacquiao voltou a aumentar a velocidade no décimo assalto e acertou em cheio o fígado de Thurman, que chegou a cuspir o protetor bucal para respirar melhor.
Com um preparo físico impressionante, os dois seguiram como se a luta estivesse começando. Thurman levou vantagem, ao combinar muito bem o jab com o direito de direita, que amassaram a cara de Pacquiao.
Pacquiao não deu chances para que Thurman tentasse uma última reação no assalto definitivo. O filipino rebateu todos os ataques e, com boa movimentação de pernas, conseguiu manter a distância para vencer o combate.
"Meu adversário era forte e rápido. Sua força me fez lembrar de Margarito (Antonio). Estou muito feliz pela minha atuação e com certeza voltarei para buscar novos desafios", disse Pacquiao, em entrevista coletiva após a luta. "Pacquiao é uma lenda. Gostaria de uma revanche para poder tentar me apresentar melhor em uma nova oportunidade. Mas ele mereceu totalmente a vitória", afirmou Thurman, que levantou o braço do adversário logo após o anúncio oficial do resultado.