Relatório de queda de helicópetro causa 'estranheza', diz empresa
O acidente aconteceu no dia 2 de abril e cinco pessoas morreram, entre elas o filho mais novo do governador Geraldo Alckmin, Thomaz
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Brasil FAB
A empresa de manutenção Helipark informa, em nota, que "causa estranheza" a Força Aérea Brasileira (FAB) fazer afirmações sobre o acidente com o helicóptero que caiu em Carapicuíba, na Grande São Paulo, no dia 2 de abril, antes do fim da investigação. Na queda, cinco pessoas morreram, entre elas o filho mais novo do governador Geraldo Alckmin, Thomaz.
Segundo a empresa, se os controles flexíveis e alavancas são fundamentais, "como afirmar que o helicóptero decolou e voou mesmo com os componentes desconectados?". A Helipark afirma que o reparo nas pás seria de responsabilidade da Helibras (fabricante) e que, pelas regras de voo, Thomaz Alckmin não poderia estar no helicóptero.
A Helibras informa que é "a maior interessada no esclarecimento das causas do acidente", mas, "por questões éticas e legais", não se manifestaria porque a investigação não é conclusiva. A empresa dona do helicóptero, Seripatri, disse que não se manifestaria.
Relatório
O relatório divulgado na terça-feira, 2, pela FAB, mostra que os "controles flexíveis" e as "alavancas" estavam desconectados já antes da decolagem. "São componentes mecânicos que fazem a conexão do conjunto do rotor com as pás. Essa conexão é que dá o movimento para o helicóptero", diz o especialista em segurança de voo Carlos Camacho.
Rodrigo Duarte, conselheiro da Associação Brasileira de Pilotos de Helicóptero (Abraphe), afirma, no entanto, que seria praticamente impossível a aeronave ter levantado voo sem essas duas peças - descritas como fundamentais pela FAB. "É uma condição realmente muito complexa de voo. Você tem tudo bem montado e harmonicamente balanceado e, se tira qualquer um dos componentes que fazem parte desse conjunto, o helicóptero simplesmente perde o equilíbrio. É como um carro com a barra de direção quebrada", explica.
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da FAB, que conduziu as investigações, afirmou no relatório que o exame dos destroços demonstra que os danos encontrados nos motores e pás foram consequência, e não causa do acidente.
Em 25 de abril, a coluna Direto da Fonte adiantou que a queda teria ocorrido por falha de manutenção e não por causa da soltura das pás, como se havia especulado. O voo do dia 2 de abril foi o primeiro do helicóptero após quase dois meses parado. Com informação do Estadão Conteúdo.