Alberto Fernández e Kirchner celebram liberdade de Lula
A sua força demonstra não apenas o compromisso, mas a imensidão daquele homem. Viva, Lula Livre", escreveu Alberto Fernández na rede social Twiter
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Brasil Lula da Silva
O Presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, e a sua vice-presidente, Cristina Kirchner, celebraram hoje a saída da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, encarceramento que classificaram de "aberração" e "perseguição". "Comove a força de Lula para enfrentar essa perseguição (apenas essa definição se encaixa no processo judicial arbitrário ao qual foi submetido). A sua força demonstra não apenas o compromisso, mas a imensidão daquele homem. Viva, Lula Livre", escreveu Alberto Fernández na rede social Twiter.
Cristina Kirchner optou por se referir à prisão de Lula da Silva como "uma das maiores aberrações do 'lawfare' [uso estratégico do Direito para fins de perseguição política] na América Latina".
"Hoje cessa uma das maiores aberrações do 'lawfare' na América Latina: a privação ilegítima da liberdade do ex-Presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. Lula Livre", afirmou a também ex-chefe de Estado e agora vice-presidente da Argentina no Twitter.
Lula deixou hoje a sede da Polícia Federal de Curitiba, no Paraná pelas 17:40, rodeado por uma multidão que envergava cartazes e faixas com as frases "Lula Livre", "Lula é inocente", tendo sido lançado fogo de artificio.
Quem também celebrou a liberdade de Lula foi a presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, que esteve ao lado do antigo chefe de Estado no momento em que este deixou a cadeia, e subiu a um palco para discursar.
"Acabamos de sair com Lula da Polícia Federal, o ex-Presidente volta finalmente aos braços do povo e em liberdade seguiremos a lutar pela justiça plena com o julgamento da suspeição de Moro, que o condenou num processo absolutamente político. Lula Livre Agora", declarou Hoffmann também no Twitter.
Lula, que governou o Brasil entre 2003 e 2010, saiu hoje em liberdade após o Supremo Tribunal Federal brasileiro (STF) ter decidido anular prisões em segunda instância, como era o caso do antigo chefe de Estado, preso desde abril de 2018.
O histórico líder do PT foi preso após ter sido condenado em segunda instância pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), num processo sobre a posse de um apartamento, que os procuradores alegam ter sido dado como suborno em troca de vantagens em contratos com a estatal petrolífera Petrobras pela construtora OAS.
Mas a libertação de Lula da Silva não agradou a todos os quadrantes políticos, com o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) a emitir um comunicado afirmando que a saída da prisão do antigo governante pode "alimentar ainda mais um clima de intolerância na sociedade brasileira".
"Decisão judicial se respeita. A libertação do ex-Presidente Lula, entretanto, pode alimentar ainda mais um clima de intolerância na sociedade brasileira, no qual polos extremos preferem hostilizar-se ao invés de dialogar", escreveu o partido de centro-direita, responsabilizando ainda Lula e a sua sucessora na presidência, Dilma Rousseff, pela crise que o Brasil enfrenta.
O PSDB acusou ainda a esquerda de se "recusar a dialogar", de "votar contra as reformas que adequaram o Estado aos novos tempos", e de nem "sequer proporem saídas para a crise em que colocaram o Brasil".
"Com Lula solto, uma nova palavra de ordem não basta mais. Será preciso apresentação de soluções para a crise que eles próprios criaram. Retórica vazia não gera emprego nem reduz miséria ou desigualdade", acrescentou ainda a formação política.
O deputado e filho do Presidente do Brasil, Eduardo Bolsonaro, foi uma das vozes que se levantou contra a decisão do STF, declarando, num vídeo, que irá lutar para colocar na Constituição brasileira a prisão em segunda instância.
"É obvio que hoje é um dia muito triste para quem trabalha e é honesto no país, porque o recado que se dá é de o crime compensa. (...) Como deputado parlamentar, agora tenho de canalizar essa energia para aprovar a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que vai colocar na Constituição a prisão em segunda instância. Existem duas propostas a correr, na Câmara dos Deputados e no Senado, e vou trabalhar para aprovar", afirmou Eduardo Bolsonaro.