Ceagesp perdeu 7.000 toneladas de alimentos com chuvas em SP
Esse volume responde por cerca de 70% da movimentação diária do centro (que fica entre 10 mil e 11 mil toneladas) e representa R$ 20 milhões em prejuízos aos permissionários
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Brasil Prejuizo
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) estima perda de 7.000 toneladas de alimentos com as chuvas desta segunda-feira (10).
Esse volume responde por cerca de 70% da movimentação diária do centro (que fica entre 10 mil e 11 mil toneladas) e representa R$ 20 milhões em prejuízos aos permissionários -os comerciantes que atuam no local.
Pelo dia parado desta terça, no qual a companhia permaneceu com os portões fechados para a entrada e saída de alimentos, a estimativa é de uma perda extra entre R$ 3 milhões e R$ 4 milhões.
O presidente da Ceagesp, Johnni Hunter Nogueira, avalia que perdas dessa terça podem ser recuperáveis. "Por isso faremos uma força tarefa para que, assim que estiver completamente limpo, o mercado funcione 24 horas para diluir essas perdas", afirmou.
Todos os alimentos que entraram em contato com a água nas enchentes serão levados a um aterro sanitário e destruídos.
Os produtos mais atingidos foram frutas, legumes e verduras. Pescados e produtos de floricultura não tiveram prejuízos. As feiras de flores e pescados que ocorreria na madrugada desta terça (11) foi cancelada por causa do alagamento.
A expectativa é que não haja risco de desabastecimento, como vinha sendo cogitado, porque parte da mercadoria que seria entregue foi salva antes da enchente que atingiu a Ceagesp.
"Estamos avaliando, mas acreditamos que não há esse risco porque a enchente aconteceu de domingo para segunda, o que significa que os estoques estavam baixos porque ainda não tínhamos recebido a mercadoria", disse Nogueira.
A Ceagesp não garante, no entanto, que as perdas não sejam repassadas pelos permissionários aos preços dos produtos.
Segundo o chefe da seção de controle de qualidade hortigranjeira da Ceagesp, Gabriel Vicente Bitencourt, é possível que haja um aumento no preço dos alimentos no curto prazo.
"Esses preços podem durar por um ou dois dias, mas como existe uma quantidade de produtos também represados no campo, a tendência é de redução dos preços depois de um tempo", disse.
O presidente da companhia afirmou, ainda, que sentiu falta de auxílio por parte da prefeitura de São Paulo e do governo do estado.
"Tivemos que fazer tudo sozinhos. Esperávamos pelo menos uma ajuda, já que a responsabilidade é do poder público", diz Nogueira.
Segundo o presidente da Ceagesp, 60% dos alimentos distribuídos pela companhia ficam na Grande São Paulo. Os 40% restantes vão para o interior de São Paulo, para outros estados e até mesmo para outros países.