Médico com covid-19 morre após lhe receitarem hidroxicloroquina

Autoridades de Saúde negaram que lhe tinha sido receitado o medicamento, mas a imprensa teve acesso à receita médica. Gilmar Calazans Lima estava infectado com Covid-19 e morreu dois dias depois de começar tratamento

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Brasil Pandemia 24/04/20 POR Notícias Ao Minuto

Um médico, com histórico clínico de hipertensão e diabetes, soube que estava infectado com Covid-19 dia 18 de abril e dois dias depois, esta segunda-feira, morreu, após sofrer uma parada cardiorrespiratória. Tinha sido medicado com hidroxicloroquina e um antibiótico, receitados por um médico do Hospital Regional Costa do Cacau, em Ilhéus, no estado brasileiro da Bahia.

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O secretário da Saúde do governo estadual, Fábio Vilas Boas, havia confirmado a morte de Gilmar Calazans Lima, mas dirigindo críticas ao médico por se ter, supostamente, automedicado.

A Folha de S. Paulo, que diz ter tido acesso à receita médica, sustenta que lhe foram receitadas hidroxicloroquina - o polêmico medicamento usado no tratamento da malária, ainda sem decisão concreta sobre a sua aplicação no tratamento da Covid-19 - e um antibiótico (azitramicina),  prescrição assinada pelo médico Rafael Araújo.

A família de Gilmar Calazans Lima já tinha reagido às declarações da autoridade de Saúde, falando em declarações “caluniosas” e “irresponsáveis”. O secretário da Saúde confirma, agora, que a receita é verdadeira, mas acusa o médico e a vítima mortal de não ter agido dentro do protocolo legal, que estipula que a hidroxicloroquina é apenas usada em doentes de Covid-19 internados.

Esta já não é a primeira morte reportada no Brasil envolvendo o uso de cloroquina no tratamento da infecção Covid-19. Uma mulher de 53 anos de idade, suspeita de estar infectada com Covid-19, morreu quatro dias depois de ter iniciado um tratamento com cloroquina, um antibiótico, e um antiviral (azitromicina e tamiflu) num hospital de São Paulo.

Vale lembrar que a hidroxicloroquina, assim como a cloroquina, é usada no tratamento da malária. Os dois medicamentos foram apontados como possibilidades na prevenção e tratamento de infeções pelo novo coronavírus, mas ainda sem resultados comprovados. Aliás, a Agência Europeia do Medicamento lançou um comunicado onde destaca que os dois só devem ser usados no âmbito da Covid-19 em caso de estudo clínico ou do uso emergencial e monitorado, para efeitos de investigação.

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