Teich defende triagem mais rígida contra superlotação em hospitais
O ministro falou que pretende ir ao Rio de Janeiro para se reunir com o governador, Wilson Witzel, com o prefeito, Marcelo Crivella, e com os secretários de saúde estadual e municipal.
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Brasil NELSON-TEICH
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro da Saúde, Nelson Teich, afirmou nesta quinta-feira (7) que vai ao Rio de Janeiro nesta sexta (8) para avaliar a situação do novo coronavírus no estado e defendeu um procedimento de triagem mais preciso para evitar superlotações em UTIs de hospitais.
Teich participou de uma reunião técnica da comissão externa da Câmara dos Deputados que discute ações contra a doença.
Aos deputados, o ministro falou que pretende ir ao Rio de Janeiro para se reunir com o governador, Wilson Witzel (PSC), com o prefeito, Marcelo Crivella (Republicanos), e com os secretários de saúde estadual e municipal.
Teich disse que a intenção é visitar todas as cidades que estejam com casos críticos ou que possam evoluir para esse estágio. Ele mostrou preocupação com a população de baixa renda e defendeu a implantação de um um programa de triagem mais preciso, "onde você vai avaliar temperatura, saturação de oxigênio, para que a gente possa pegar isso precocemente no ambulatório, no paciente externo".
Segundo ele, um diagnóstico mais precoce evitaria que os infectados chegassem "em condições ruins", críticas, nos hospitais.
"É uma integração maior entre parte ambulatorial e a parte hospitalar. Para que a gente consiga mudar a história natural da doença hoje, com um menor número de pessoas evoluindo para a necessidade de UTIs e respirador".
Teich aproveitou para reafirmar sua posição de liderança no ministério. Desde que assumiu o cargo, em substituição a Luiz Henrique Mandetta, há desconfiança de que o ministro é tutelado pelo general Eduardo Pazuello.
Nesta quinta, o ministro tentou afastar essa narrativa. "Embora a gente esteja trabalhando ainda, uma parte dos secretários e das definições, o secretário general Eduardo Pazuello tem a equipe dele, ele traz as pessoas que ele julga como as melhores para trabalhar com ele. Eu deixo ele montar a equipe dele", disse."O que eu quero deixar de novo claro, que coloquei ontem, eu, como ministro, sou líder disso tudo. Embora possa existir militares, outros profissionais, a liderança é minha. Sou eu que vou defender o norte e desenhar como todos vão trabalhar como time."
Com um total de 8.536 mortes por coronavírus, o Brasil ultrapassou nesta quarta (6) a Bélgica, que tem 8.339 óbitos.
Os cinco primeiros países com mais óbitos são EUA (72.617), Reino Unido (30.150), Itália (29.684), Espanha (25.613) e França (25.538).Também houve 10.503 novos casos confirmados no Brasil – o total é de 125.218. Nesse quesito, o país fica em nono no ranking mundial.