Mulher se apresenta à polícia e diz que matou chargista que estava desaparecido em MS
Clarice Silvestre disse ter matado o chargista Marco Antônio Rosa Borges
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Justiça Mato Grosso do Sul
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Uma mulher, que teria uma relação amorosa com o chargista Marco Antônio Rosa Borges, 54, se apresentou à polícia nesta terça-feira (24), em São Gabriel do Oeste, região norte de Mato Grosso do Sul, e confessou que o matou. Ele estava desaparecido desde o último sábado, quando foi visto no bairro onde morava, em Campo Grande.
A massagista Clarice Silvestre, 44, detalhou que teria matado a vítima com golpes de faca. Em seguida, teria esquartejado o corpo, guardado em malas e ateado fogo. Ela está presa temporariamente.
Marco Antonio era chargista e desenhista profissional com longa carreira na imprensa sul-mato-grossense. Desde 2006, atuava como colaborador no jornal O Estado.
A Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios (DEH) foi acionada após a indicação do local do crime. A equipe encontrou malas com partes de um cadáver, no terreno de uma casa desabitada, na região sul da capital. Tudo indica que é o corpo do chargista, mas só a identificação necropapiloscópica –ou seja, das digitais do cadáver– ou de DNA deve confirmar a identidade.
No depoimento prestado aos policiais militares de São Gabriel do Oeste, Clarice disse que cometeu o assassinato após ter sido agredida por Marco Antônio com bofetadas no rosto durante uma briga. Ela então teria empurrado o chargista, que estava próximo a uma escada e desmaiou ao bater a cabeça.
Na sequência, ela teria esfaqueado Marco Antônio, saído do local e ido até um bar. Ao retornar, a mulher conta que o esquartejou e colocou as partes em três malas. Também disse que teve ajuda de um conhecido para se livrar do corpo.
A suspeita informou que o homem que a ajudou não sabia sobre o homicídio e apenas transportou os volumes até o terreno. Algumas horas depois, Clarice teria retornado sozinha e ateado fogo no local.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Carlos Delano, a mulher era considerada uma das suspeitas e já haviaum pedido de prisão temporária protocolado contra ela na segunda-feira (23).
O chargista e a massagista, segundo os PMs contaram ao delegado, tinham um caso amoroso, e ela estava descontente porque ele se negava a assumir publicamente a relação. Clarice será interrogada pela Polícia Civil nesta quarta-feira (25).
O jornal O Estado, de Mato Grosso do Sul, disse lamentar profundamente a morte do colaborador.
"Marcos era chargista do jornal desde outubro de 2006 e, ao longo destes anos, ilustrou as edições com seu traço único, carregado de humor, ironia ou tristeza, como a que estamos sentindo neste momento", diz trecho.
"Foram 14 anos ininterruptos com informações em forma de charge, publicada sempre na página de Opinião do jornal. Aos familiares do Marcos, desejamos forças e muito amor para atravessar esta hora tão dolorida. Nossa Redação, hoje, perde um combatente, mas o legado do Marcos Borges continua em nossas páginas e na lembrança dos nossos leitores."