Capital de SP registra 46 assassinatos em outubro, 2ª menor número da série
A queda dos homicídios no estado em outubro interrompe três meses seguidos de elevação, mas não consegue reverter o aumento desse tipo de crime no acumulado do ano
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Justiça SEGURANÇA-SP
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os homicídios dolosos (intencionais) na capital paulista tiveram uma queda de 30,3% em outubro, em comparação com o mesmo período de 2019. Foram 46 vítimas, a segunda menor quantidade de crimes da série histórica iniciada em 2001, só maior do que agosto de 2019, com 42 mortes.
Os assassinatos no estado de São Paulo tiveram pequena queda (2,3%), de 261 vítimas em outubro do ano passado para 255 do mês passado, segundo dados divulgados pela gestão João Doria (PSDB) na tarde desta quarta-feira (25).
Em outubro de 2001, por exemplo, a cidade de São Paulo registou 447 assassinatos –872% superior que no mesmo mês deste ano.
A queda dos homicídios no estado em outubro interrompe três meses seguidos de elevação, mas não consegue reverter o aumento desse tipo de crime no acumulado do ano. Entre janeiro e outubro de 2019, o estado registrou 2.341 homicídios intencionais, contra 2.473 deste ano, alta de 5,64%.
Já os roubos em geral tiveram no mês passado uma queda de 26,2%, em comparação a outubro de 2019. Foi a 8ª redução consecutiva, série de quedas iniciada em março, quando o estado de São Paulo passou a adotar medidas de restrição de circulação por conta da pandemia da Covid-19.
Em números absolutos, eles foram de 22.003 crimes para 16.250. No acumulado do ano, a redução nos roubos é de 15,2% –eles caíram de 212.859 registros entre janeiro a outubro de 2019 a 180.460 no mesmo período deste ano.
Apesar da queda do número de roubos, o estado registrou aumento no número de latrocínios, os chamados roubos seguidos de morte. Esse tipo de crime cresceu 16,7%, subindo de 18 para 21 crimes.
Os estupros também tiveram queda no estado no mês passado, de 23,9% na comparação com outubro de 2019. As queixas caíram de 1.306, no ano passado para 994 registradas pela polícia em outubro de 2020.
Para especialistas, a queda no número de registros de estupro não significa, necessariamente, uma diminuição do número de casos, mas um recuo no número de crimes que chegam ao conhecimento da polícia. Um dos motivos seria a menor possibilidade de circulação das vítimas em tempo de pandemia.
Para o coronel da reserva Álvaro Camilo, secretário-executivo de Segurança Pública, as reduções dos índices de criminalidade no estado se devem basicamente a uma junção de dois fatores: o aumento da presença da polícia nas ruas e a redução da movimentação das pessoas.
"Nós voltamos às operações, de maneira muito forte. São três: São Paulo Mais Segura, Rodovia Mais Segura e Interior Mais Seguro, e aqui na capital com foco principalmente na região do Morumbi, que acaba pegando Paraisópolis. O esforço foi bem forte de policial na rua", disse.
"Havia uma expectativa de voltar ao normal, mas a população não retornou muito para a rua. Se formos observar, os restaurantes abriram, mas não voltaram, com raras exceções, a ficar lotados", disse
Ainda segundo ele, a expectativa é de queda nos crimes patrimoniais até o começo de 2021. "A gente acha, é uma previsão, que no final do ano não teremos um aumento dos crimes patrimoniais, furto e roubo. Embora tenha mais gente nas ruas, a expectativa é que não se atinjam números do passado pelo medo da pandemia."
Quando aos homicídios dolosos, Camilo disse que há um padrão muito definido, que inclui disputas criminais e discussões interpessoais. "O homicídio está tendo uma variação, São Paulo continua brigando com seus próprios números. Vai ficando cada vez mais difícil baixar', disse.